A 10 de Novembro de 1974, datado de dois dias antes, recebi aerograma de Luanda, do inesquecível amigo Alberto Ferreira - dando-me conta dos incidentes que por lá se repetiam e metiam armas pesadas e fogo que amedrontava a comunidade civil - habituada ao sossego,à paz e cosmopolitismo de uma grande capital.
«Ou muito me engano, ou isto está a ficar pior que no mato...», assim me contava o cabo especialista da Força Aérea, aqui vizinho de Fermentelos. E acrescentava que «já há medo de andar de noite na rua...» e que uns dias antes «houve m... da grossa no Operário e no Rangel...» - dois dos bairros da cidade.
E a parte mais agradável: «Não tenho ido ao Comodoro. mas tenho passado pela Núvem, onde lá me desenrasco quando me perguntam por ti...».
Falava-me de dois espaços de Luanda, que eram chão e seara de muitos amores pingados e por onde se passeavam «duas almas feitas para nós», do Liceu Salvador Correia de Sá, e, sempre espampanante e a deslumbrar os nossos olhos gulosos, uma antiga estudante contemporânea de Águeda, sobre quem atiçávamos desejos e volúpias.
«Às vezes, arma-se ao pingarelho..., mas passa-lhe», assim explicava o amigo, de quem me fiz gémeo em aventuras da noite luandina.
Que saudades!!! Que saudades de ter 22 para 23 anos, disponíveis, irreverentes e muito bem vividos! Qual guerra, qual quê!!!
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