domingo, 7 de novembro de 2010

O amor do Lopes pela caboverdiana bonita... (fim)




ANTÓNIO CASAL (texto)
(continuado de ontem)

(...) Bem caída a noite, aperaltado à civil e a antever umas  horas luxuriantes, lá foi o Lopes em passo acelerado, ao compasso dos batimentos cardíacos, como se tivesse asas nas pernas.
Foi, mas, para sua surpresa, quando chegou tinha toda a família dela à sua espera e a fazer “guarda de honra”! E não menos aperaltada! Afinal, o momento era cerimonioso!...
Foi aqui que o Lopes, pessoa sempre empolgada mas que transpirava ingenuidade, sentiu as pernas curtas para o passo que dera! Ao aperceber-se da alhada em que se metera, ainda tentou dizer qualquer coisa para salvar a pele, mas viu a voz fugir-lhe! Com um nó na goela, depressa viu que não tinha saída e, instintivamente, fez meia volta volver, e voltou a ganhar asas nas pernas mas em sentido oposto! Só parou na caserna, com o coração aos saltos e os olhos esbugalhados! Todos recearam que morresse ali mesmo!!!
Nos dias que se seguiram, não foi nada fácil escapar à ira dos irmãos da donzela! E agradecido está ao Figueiredo “candongueiro” que, muito diplomaticamente, e de G3 na mão, lhes foi pôr os pontos nos ii!!!
A digerir o susto, esteve quase três meses sem sair da avenida de baixo e limitando-se a tímidas saídas ao bar do Topete, mas sempre acompanhado! Tudo isto nos recordou com empolgamento, gesticulando freneticamente e não omitindo os palavrões da época! E sempre, sempre a pôr-se em bicos de pés para poder olhar por cima dos nossos ombros, qual camaleão, não sei se para se certificar de que a mulher não ouvia a conversa, se por recear que a família da caboverdiana ainda por ali andasse para marcar a data do casamento!!!
ANTÓNIO CASAL
(FIM)
NOTA: A foto não corresponde à mulher da história (foi recolhida na net)

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