sábado, 6 de novembro de 2010

O amor do Lopes pela caboverdiana bonita... (1)



ANTÓNIO FONSECA
TEXTO

Quem pensa que no Quitexe não havia verdadeiros amores, desengane-se! E que o diga, e disse, o soldado Lopes, que por lá viveu uma grande paixão e por ela teria ficado em terras de Angola!

Julho de 1972, dois meses estavam passados no Quitexe, e já ele andava perdido por uma beldade de origem caboverdiana. Lindíssima, cor de ébano aveludado e olhos filtrantes, passeava-se pela vila exibindo um sorriso provocador, a que era difícil, se não impossível, ficar indiferente. Era dona de uma beleza estonteante, diga-se!
Solteiro e desimpedido, e também nada curto de vista, foi-se enleando, enleando…, e encetaram um namoro. Começou discreto, receando ser alvo de piadas de caserna, mas pouco a pouco assumiu-o sem quaisquer preconceitos e até começou a programar o futuro, que passaria por Angola.
Mas teve dias nada fáceis, com a família dela sempre desconfiada das intenções, sabendo bem o que por ali se “gastava”! E tanta coisa a rapariga ouviu que a relação começou mesmo a esfriar, limitando-se a encontros mais esporádicos.
Bem avisado foi ele, depois de um civil ter assegurado que os irmãos não eram flor que se cheirasse!... Mas não adiantava, e até se tornava colérico, tal era a fixação!
Desorientado, logo reuniu com dois “experientes” na matéria, e de imediato foram montadas estratégias e ensaiadas frases românticas! Até os perfumes fizeram parte da lista, afim de substituir os que a impregnavam! Resultado das estratégias ou não, o certo é que a coisa resultou!
De novo, dava gosto ver o Lopes feliz da vida. Quem lhe conhecia aquela paixão não tinha a coragem de lhe negar uma troca de serviço para que pudesse estar com a sua amada. Aquilo era enternecedor!
Finalmente chegou a prometida noite, em “suite” emprestada perto do bar do Pacheco! E ali mesmo, embrulhado em juras de amor, deixou-se embebedar da paixão que há muito levedava e falou-lhe em casamento! Palavras não eram ditas e já ela se engalfinhava, quase sufocando-o! Sem mais delongas e ainda em vale de lençóis perfumados a “bien-être”, logo o convidou para ir a sua casa no fim–de-semana. Que mais poderia querer se tudo estava perfeito?!
ANTÓNIO CASAL
NOTA: Amanhã se saberá o resto do namoro.
A foto não corresponde à história que aqui se conta.

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