terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os primeiros dias do Quitexe em Fevereiro de 1975


Bar dos Praças da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe.
Ficava na na avenida principal. O coberto da esquerda era o espaço
onde eram dadas as aulas regimentais


Os primeiros dias de Fevereiro de 1975 foram de crescente expectativa, na guarnição do Quitexe. Murmurava-se cada vez mais sobre o nosso futuro próximo, apontado para o BC12, em Carmona - que estava em processo de extinção. Assim como o Comando de Sector de Uíge. Para onde vamos, para onde não vamos? Foi o que quisemos saber do comandante Almeida e Brito, sem que tivéssemos resposta.
As próprias envolvências político-militares decorrentes do Acordo do Alvor nos eram, por,lá, praticamente desconhecidas -embora fosse dado como certo, era seguro, que Angola ia ser independente. Em que termos e que papel nos estaria reservado, era pergunta que não tinha resposta. Tudo era expectável.
Por estes dias, de viagem-relâmpago a Luanda, chegou-nos a suspeita de que, afinal, o BCAV. 842 iria era para Luanda - onde o quereriam os responsáveis da Região Militar de Angola. Luanda, ao tempo, era um putativo barril de pólvora, regada de incidentes - principalmente envolvendo militantes dos movimentos de libertação que se transformavam em partidos políticos, mas também cada vez mais envolvendo a população civil.
«O mais certo é que fiquemos por aqui, provavelmente para ajudarmos na formação do futuro exército de Angola», foi o mais que ouvimos do tenente-coronel Almeida e Brito, numa viagem de jeep que nos levou a uma fazenda da zona do Quitexe, para um almoço com a família anfitriã.
E no Quitexe ou em Carmona? Pois, seria seguramente em Carmona. Como foi!

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