terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O bravo alferes miliciano Carvalho de Aldeia Viçosa


O Carvalho era alferes miliciano atirador de cavalaria. E com um homem destes, ninguém se deve meter. Jornadeou por Aldeia Viçosa, sob o comando do capitão miliciano José Manuel Cruz - da 2ª. CCAV. 8423.
Ele mesmo, com o conhecimento e experiência que o oficialato lhe deu, liderou um pelotão que a Angola foi em missão de paz e de bem, mas que ainda teve de se enfrentar com os dramas e as tragédias que se adivinhavam de cada vez que, saltadas as vedações do aquartelamento de Aldeia Viçosa, se dirigiam às picadas de susto e às matas de medos do Uíge que era terra de guerra e de sangue. E depois em Carmona, nos amargos tempos de Junho de 1975.
O alferes Carvalho era um companheiro divertido, de piada solta, espírito alegre, aberto a qualquer brincadeira que desbloqueasse tensões na guarnição - genética que lhe fez, facilmente, conquistar as graças do pessoal.
«Disciplinado, cumpridor, soube transmitir estes predicados aos seus subordinados e restante pessoal da sua subunidade, o que muito contribuiu para facilitar a acção de comando em que se enquadrava», lê-se no Livro da Unidade.
Foi louvado pelo Comandante do BCAV. 8423, por proposta do capitão José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. E o louvor, publicado na Ordem de Serviço 169, dá conta de um oficial miliciano  que «sempre soube cumprir as missões que lhe foram solicitadas no decorrer da sua comissão de serviço na RMA, quer no comando do seu grupo de combate, quer em outras quaisquer situações onde foi necessária a sua ajuda e trabalho».
Foi um bravo Cavaleiro do Norte, com amizade pessoal, que se «esticou» pela vida civil de ambos.
A minha continência, meu alferes!
- CARVALHO. Domingos Carvalho de Sousa, alferes miliciano
 atirador de cavalaria, natural e residente em Marrazes (Leiria). 
É técnico de vendas. Foto de 1994.

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