domingo, 27 de março de 2011

O futuro exército de Angola e os patrulhamentos mistos

Avenida de Portugal (?) em Carmona. Também por ela passaram os primeiros patrulhamentos mistos,  26 para 27 de Março de 1975


O processo de independência de Angola - sem que agora valha a pena caracterizá-lo, ou questioná-lo, valorizando-o ou desvalorizando-o, ... galopou por Março de 1975 adentro, regado de incidentes e de sangue, um pouco por toda a Angola. Principalmente em Luanda! E também em Salazar! À nossa volta! E quanto sangue de gente inocente foi derramado na terra de Angola!
Carmona e a província do Uíge, porém, com os defeitos e virtudes das suas guarnições militares, serenidades e alguns celerados desassossegos, continuavam na paz dos anjos. Não é que não se registassem pequenos incidentes. Registavam. Mas nada que se afigurasse com o que se passava naquelas duas cidades e regiões.
Iniciaram-se as primeiras actividades de Exército integrado, envolvendo as Forças Armadas Portuguesas e elementos dos movimentos emancipalistas. Ao alferes Garcia, ao furriel Neto e a mim (todos atiradores, da Operações Especiais), por exemplo, calhou-nos dar instrução de tiro, aplicação militar e ordem unida.  
A experiência não viria a ser concluída - por força da evolução política e militar... -,  mas indubitavelmente foi muito proveitosa, tendo sido muito bem recebida pelos angolanos indicados pela FNLA, MPLA e UNITA - que iriam formar o futuro exército angolano.
Os Operações Especiais «ensinavam» ordem unida, aplicação militar e tiro, mas todas as especialidades transmitiam os seus conhecimentos aos mancebos angolanos indicados pelos movimentos. Houve «certa expectativa inicial», como refere o Livro da Unidade, mas «sem problemas de execução».
De ontem para hoje, há 36 anos, iniciaram-se os patrulhamentos mistos, envolvendo a tropa portuguesa e os militares dos movimentos. Ver AQUI.
- FNLA. Frente Nacional de Libertação de Angola, liderada por Holden Roberto.
- MOLA. Movimento Popular de Libertação de Angola, presidida por Agostinho Neto.
- UNITA. União Nacional para a Independência Total de Angola, liderada por Jonas Savimbi.

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