quarta-feira, 16 de março de 2011

A revolta das Caldas e os futuros Cavaleiros do Norte

Pavilhão do RC4 onde estiveram detidos os sargentos e alguns oficiais da Revolta das Caldas e foi «casa» dos furriéis milicianos do BCAV. 8423 (foto de 26 de Agosto de 2010). Em baixo, 1ª. página do Diário de Notícias a noticiar o levantamento militar abortado a 16 de Março de 1974. Há 37 anos!


O chamado Levantamento das Caldas, Intentona das Caldas ou Revolta das Caldas aconteceu na madrugada de 16 de Março de 1974. Faz hoje 37 anos! Era um sábado e nós, os futuros Cavaleiros do Norte, tínhamos entrado, na véspera, no gozo da chamadas Licença das Normas - que, na prática começavam a 18, 2ª.-feira seguinte, e iriam até 28.
A tentativa de golpe de Estado é tida por muita gente como o pronúncio do 25 de Abril e muitas vezes é citada como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do MFA.

Nós, por Santa Margarida, de nada disso sabíamos e, em casa e no dia um de férias, devem imaginar a estupefacção ao ver, na RTP do tempo, a notícia da revolta abortada. 
Soube-se, mais tarde, que  estava prevista a participação de outras unidades militares, mas só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha avançou para Lisboa, sob o comando do capitão Armando Marques Ramos. Isolado na «aventura», foi travado por unidades leais ao regime, já às portas de Lisboa e sem derramamento de sangue.
As consequências não se fizeram esperar e foram presos cerca de 200 homens, entre oficiais, sargentos e praças. O que viemos a saber, após o nosso regresso ao RC4, é que os (ou alguns) sargentos e oficiais milicianos da revolta estiveram detidos no pavilhão que, no RC4, nos «hospedava» como mobilizados para Angola.
Seria nele que, a 25 de Abril, de 1974, eu mesmo iria saber notícias do dia quando, madrugador como sempre, desfazia a barba e ouvi o comunicado: «Aqui, posto de comando do Movimento das Forças Armadas...». Fui a correr acordar a malta, que ainda dormia o último sono.

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