sábado, 5 de março de 2011

O cosmopolitismo que Carmona já «oferecia»...

D. Francisco Mata Mourisca, Bispo de Carmona (em
cima, à direita) e general Altino Magalhães



A 5 de Março de 1975, o comandante do BCAV. 8423, tenente-coronel Almeida e Brito, teve contactos protocolares com o Governador do Distrito (penso que o general Altino de Magalhães, foto, a esse tempo), o Bispo da Diocese (D. Francisco da Mata Mourisca) e os Juízes do Tribunal do Uíge.
Almeida e Brito, se era (e era mesmo!...) um grande comandante e um óptimo estratega militar, era igualmente um excelente relações públicas e  saberia, ao tempo, da importância de semear cordialidade e multiplicar empatias com as figuras maiores da sociedade uigense. Que, quero acreditar, seriam bons portadores da mensagem de companheirismo e segurança que as forças armadas queriam (digo bem!) passar à comunidade civil.
Tenho pena de, agora, não o  poder questionar sobre isso. Faleceu a 20 de Junho de 2003, deixando-nos uma imensa saudade. Nem nunca, nas conversas posteriores, já em Portugal, alguma vez calhou falar sobre isso
A integração dos militares no ambiente urbano foi-se desenvolvendo, nos primeiros dias com pequenos incidentes com os residentes - «coisa» que se foi resolvendo de forma mais ou menos pacífica. 
Recordo, dos primeiros dias de Março de 1975, em Carmona, o deslumbramento de muitos dos nossos companheiros de jornada, enchendo os olhos com o trânsito e a altura dos prédios da cidade, os bares e restaurantes, as lojas comerciais e a corrida para as escolas de condução - para «tirar» a carta. Eram, na sua maioria, rapazes que (como eu) tinham partido de um Portugal rural que nada tinham a ver com o cosmopolitismo e o ambiente social que Carmona já oferecia.

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