O Lino, lembram-se do Lino?!
Era mecânico-auto e dele, da sua competência e capacidade de desenrascanço, muitas vezes dependia a operacionalidade das viaturas. E ai do burro de mato, ai da berliet, ai de qualquer viatura militar que não estivesse afinada na hora, quando a hora fosse de arrancar para qualquer missão.
O Lino jornadeou por Santa Isabel e foi parar ao Quitexe, quando a 3ª. Companhia por ali assentou praça. Era gajo de muitas palavras, de muitos feitos, um enorme contador de lendas e mercador de coisas africanas. Era um camaradão, sempre com uma qualquer solução para um qualquer problema ou dilema que surgissse. E regava-os, como às conversas, com a fluidez de quem sabia engenheirar as palavras, para explicar o que quer que fosse.
Era, assim, pois, um grande comunicador.
O capitão José Paulo Fernandes, seu comandante de Santa Isabel, levou-lhe o nome a louvor público, testemunhando-o como «exemplo a destacar».
A Ordem de Serviço 174 publicou o louvor e nele se lê que foi «grandemente responsável pela alta percentagem de operacionalidade das viaturas da sua sub-unidade, facto reconhecido superiormente pela sua inesgotável actividade e pelo seu alto auto-espírito de missão».
Mais dele dizia o louvor: «Bom condutor de homens, disciplinado, possuindo raros dons de convivência, de camaradagem, de trato e de comunicabilidade, soube disso tirar partido para conseguir processos de trabalho ímpares».
Que mais dizer do bom do Lino?
- LINO. José Rodrigues Lino. Furriel miliciano mecânico-auto, da
3ª. CCAV. de Cavalaria 8423. Empresário do sector das madeiras, no Fundão.
- BURRO DE MATO. Unimog, viatura de transporte de militares, de
banco corrido ao centro e ao longo da carroçaria.
1 comentário:
Lembro-me perfeitamente do furriel Lino. Era um bom conversador e inventor de grandes histórias. Um grande camarada. Por onde é que ele anda?
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