sábado, 19 de março de 2011

A compra do fardamento no Casão Militar do Porto




A 19 de Março de 1974 fui tio pela segunda vez e, com o Chico Neto, fui ao Casão Militar do Porto comprar o fardamento que tínhamos de levar para o ultramar. Recebíamos um abono cujo valor não recordo e a nosso cargo (dos 1º.s cabos milicianos e aspirantes a oficiais milicianos) ficava a aquisição.
O BCAV. 8423 estava desde a véspera em gozo da chamada Licença de Normas - 10 dias de férias!!!... - e eu e o Neto, com o apetite dele em ir ver o Rally de Portugal que passava nas serras do Préstimo (Águeda), por lá passámos na minha estreia nesta matéria desportiva, ainda ajudámos a mudar uma roda a um piloto estrangeiro e fomos almoçar ao Porto, depois comprando os camuflados, as botas e outros artefactos.
O à-parte desta nota tem a ver com a minha ignorância em matéria de ralis e, depois, o entusiasmo que me levedou a alma por ver um português a lutar pelos primeiros lugares - era Francisco Romãozinho, em Citroen GS, que acabaria a prova no oitavo.
O rali decorria numa época complicada pela crise petrolífera, mas a conhecida capacidade de César Torres resolveu a questão. Estou certo se lembrar que a gasolina veio da Venezuela, negociada por ele, que ao tempo era o presidente do Automóvel Clube de Portugal? Não estou seguro.
As compras no Casão Militar do Porto foram rápidas e poupadas. Era «moda» não gastar todo o abono que nos era dado e assim fiz eu e o Neto - e faziam todos... - sobrando-nos alguns trocos para guardar no bolso para Angola. Eram magros, muito magros, os dinheiros de então.

- CASÃO MILITAR. Organismo estatal que, ao tempo, dava apoio comercial, com custos mais baixos, a todas os familiares das forças armadas - a nível alimentar e de vestuário, sendo conhecido por Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento. O do Porto, ficava na Rua da Boavista.
- SOBRINHO. José Fernando Morais Moreno, 37 anos, (ex)remador internacional do Náutico de Viana (do Castelo), campeão nacional e ibérico. Por duas vezes, atleta pré-olímpico - numa delas ficando a dois centésimos do apuramento para os Jogos de Montreal. Treinador da modalidade e professor, meu sobrinho e afilhado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Viegas,consegues reavivar memórias, como o casão militar, já nem me lembrava disso e a crise petrolífera, outro assunto dessa época.Logo que me seja possível,vou descrever factos desse tempo com o Queirós e o Pinto.
Fur. Rodrigues