quinta-feira, 25 de junho de 2009

Violas e músicas em noites de Natal e Ano Novo do Quitexe

Furriéis Peixoto, Neto e Viegas na noite de passagem de ano de 1974, no
quarto «Agueda» do Quitexe (em cima) e o violeiro Viegas (em baixo)


Não passe pela cabeça de ninguém que andávamos nós, coitadinhos!!!..., todos constrangidos e amargurados lá pelo Quitexe, sofrendo e gemendo num vale de lágrimas e tristezas que nos tornariam infinitamente infelizes. Nem pensar!!
As duas fotos são disso exemplo, embora ambas bem fraquinhas de qualidade, graças a Deus.
A da esquerda, vejam lá, mostra-me de viola embalada no peito e a dedilhar quaisquer desajeitadas notas, em pose de virtual artista!! Como se soubesse eu tocar coisa alguma, quando era um susto a violar! A amostra, aliás, não passa de brincadeira de uma noite muito especial: a do Natal de 1974! Por cá, embrulhados de lãs, samarras e bilharacos, com bom vinho tinto degustado à lareira, se preocupariam parentes e amigos com os pobres diabos «exilados» na tropa angolana...
Nós por lá, porém, depois do bacalhau comido no refeitório geral e das palavras de bem-dizer e bom querer debitadas pelos nossos estimados comandos, fomos refeiçoar afectos para a casa dos furriéis.
Bom vinho, eu lembro que foi. Com chocolates, suponho! E febras de bacalhau cru. Com música desajeitadamente dedilhada por quem de música só sabe o nome das notas da pauta. Mas foi um festão!!!

E quem se lembra desta noite, quem? Eu, claro, ó Monteiro, ó Neto, ó Pires de Bragança, ó Rocha, ó Peixoto, ó não sei quantos mais!
«Ódepois», na noite de passagem de ano (creio eu), vejam só o trio: o Peixoto de (voz, de micro e balde na mão, para fazer percussão?!), o Neto (viola-ritmo, digo eu...) e eu (viola-solo, ou o quê?!...). Ganda grupo, pá!
Nambuangongo teve honras de um improvisado playback de truz!!! Um playback emocionado, cantado e decantado, repetido e adulterado, entre fartos goles de vinho tinto comprado algures em Carmona! E aquela canção dos pretinhos da Guiné, cujo nome agora não me recordo! Quais galas da canção da RTP, da SIC ou da TVI, quais quê?! Foi um fartar de vida bela, com picantes sátiras à nobreza dos apelidos de D. Peixoto. Taveira de Peixoto, pois então!!! Que fino!!!
- PEIXOTO. João Domingos Faria Taveira de Peixoto, furriel miliciano, de Braga, professor.

5 comentários:

Anónimo disse...

Mas que grandes músicos vocês me saíram!!! Peixoto, mas quem é o Peixoto? O meu Alzheimer dá-me cabo da memória...
Santos

SANTOS disse...

Eram os mortangos com açúcar daquele tempo, eh, eh, eh, eh,....

Oliveira disse...

A viola tocava-se bem mas era nas casernas, havia aquele rapaz, sapador, acho eu que era de Tomar, ou de Abrantes, não sei, que era um craque...
Abraças para a malta toda

Oliveira disse...

Não foi esse soba que depois se passou para o IN e fugiu do Quitexe, acho que ele esteve preso no Posto 5, não foi

Viegas (ex-furriel miliciano) disse...

Oliveira:

O soba não esteve preso.
O indivíduo do Posto 5 foi outro e também não fugiu. Foi libertado por ordem superior e largado na zona das lavras dele, não me recordo do nome da zoan, creio que para os lados de Camabatela.