quarta-feira, 17 de junho de 2009

O palrador e malcriado papagaio do Bento....

Furriéis Bento, Reina e Viegas, no varandim térreo do
bar de sargentos do Quitexe (clique, para ampliar)

Hoje venho falar do Bento, furriel miliciano de Operações e Informações, nado do Barreiro e a paz e o sossego em pessoa. Nada afligia o Bento! Era rapaz de grandes tranquilidades, sempre de sorriso aberto e, diria eu, que meio envergonhado. Ora olhem para ele, na foto! Por ele, viria tudo de bom ao mundo!
São incontáveis as longas horas das noites quitexanas, passadas no bar e no varandim da entrada térrea, à conversa sobre as coisas actuais daquele tempo em que nos deixámos embriagar e enfeitiçar pelos cheiros e sabores africanos.
Não era de muitas palavras, o Bento! Era mais de sorriso de concordância ou abano de cabeça, na algaraviada das nossas conversas, entre parábolas e veemências de quem discutia razões e debatia argumentos! Sempre, entre todos, sem um qualquer azedume!
O que venho contar é a história do papagaio que o Bento comprou para oferecer à mãe. Comprou-o ele e ensiná-lo nós a papaguear os piores vernáculos! E o pior qual era? Era o papagaio dizer, empoleirado na gaiola ou a passear-se numa vara em que o agitávamos, como se dissesse a mais generosa coisa do mundo: «O Bento é pan....». Hoje, diria o papagaio que o Bento era gay.
O Bento, sempre bonacheirão e divertido, nunca se aborreceu connosco, até piada achava. E ria-se, ria-se, ria-se... Não só porque ele não era nada disso, como porque era a bondade e bonomia em corpo de furriel!
Abraços, Bento!
- BENTO. Francisco Manuel Gonçalves Bento, furriel miliciano de Operações e Informações, CCS, natural do Barreiro.
- REINA. Armindo Henrique Reina, furriel miliciano atirador de cavalaria, 3ª. CCAV 8423, de Belmonte.

2 comentários:

QUITEXE disse...

Lembro-me muito bem dos furrieis Bento e Viegas, do Reina não tenho ideia, era de outra companhia.
A história do papagaio não foi em Luanda quande estávamos já para vir embora?

Francisco Bento disse...

o papagaio de nome "jacó" foi comprado no Quitexe por mil escudos.tinha o hábito de ir para o nosso ombro e a lªcoisa que fazia era arrancar o botão das divisas.mais tarde viajou para Luanda numa cx. de cartão atada com cordeis.só lá chegou o cordel eo papagaio.no chão do avião ficou um buraco no tapete.já em casa o papagaio pôs um ovo.Era uma femea!o jacó morreu há 4 anos com falta de ar.foi uma parte da familia que desapareceu.F.Bento-Versailles 16-07-2010