quarta-feira, 10 de junho de 2009

Juramento de bandeira de há 36 anos recordada no Quitexe

Desfile de um juramento de bandeira na Escola Prática de Cavalaria

A 10 de Junho de 1974 já andávamos há uns dias pelo Quitexe mas a soberania militar da zona de acção era ainda do Batalhão de Caçadores 4211, que nós fomos substituir. Fazia um ano, exactamente, que eu jurara bandeira, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém! Bem me lembro que me lembrei disso!
O juramento de bandeira é um dia muito especial e, por mim, vivi-o muito emocionado. Fui dos raros instruendos que lá não tinha família a assistir, mas não foi por isso, ou pelo garboso desfile nas ruas da cidade, por aquele nervosinho que sempre nos constrange, ou pelo friozinho que nos sobe a espinha. Não foi por isso que me emocionei. O que realmente me deixou impressionado foi a cerimónia de entrega de medalhas de guerra a pais e viúvas de militares mortos na guerra ultramarina. Não me recordo quantos foram, mas o que me sensibilizou em particular foi a mão que uma viúva, muito jovem, dava a um filho de três ou quatro anos, vestido de de fatinho e gravata - orfão do pai que morrera «ao serviço da pátria» - no momento em que recebeu a medalha. E o desmaio do meu companheiro do lado, na formatura - ido abaixo pelo sol a pique que nos caía sobre a cabeça!
Hoje, ao ver na televisão o 10 de Junho que se comemorou em Santarém, ocorreram-me estas memórias. Há 36 anos, estava eu numa formatura muito parecida como a que, hoje, fez guarda de honra ao Presidente Cavaco Silva. As circunstâncias é que eram outras! Mais parecidas com as da foto.

- FOTO. A foto é meramente indicativa, embora de um juramento de bandeira da Escola Prática de Cavalaria, tirada DAQUI. O aspecto do nosso desfile não teria sido muito diferente - este é do quarto turno de 1973, eu frequentei o segundo. Depois, marchei para Lamego.


1 comentário:

OIS DA RIBEIRA disse...

Sr. CV:
Não sabia que tinha sido militar e que andou na guerra do ultramar, nem meu pai se lembrava disso.
Ele também foi ao ultramar e disse-me que antes se organizava em Óis um encontro anual de antigos combatentes, mas que você nunca participou, por isso é que ele estranhou quando agora lhe falei no seu blogue e ele esteve a ver.
Como o sr. é homem das organizações proponho-lhe, disse meu pai, este desafio de organizar um encontro de antigos combatentes de Óis da Ribeira.