sábado, 6 de junho de 2009

A nossa primeira noite do Quitexe...

Eu, e as minhas literaturas, na janela do
quarto do Quitexe. Lia um livro de Amândio César.

Casa (restaurada) em frente à CCS do BCAV 8423,
foto de Franklin, de Abril de 2009.

O bar que ficava em frente à CCS, no Quitexe - onde
estive faz esta noite 35 anos!

Foto (eu) de há 35 anos, agora tratada em programa informático

A minha cara era esta, à chegada ao Quitexe, a 6 de Junho de 1974. Faz hoje 35 anos e era eu rapaz para pouco mais de 21, todo desempenado e muito seguro e convicto da ideia de cumprir como devia a missão que me (nos) levara até lá. E para a qual, de resto, me tinha(m) preparado na Escola Prática de Cavalaria (em Santarém) e no Centro de Instrução de Operações Especiais, o CIOE (os Rangers, em Lamego)!
Era a idade de todas as irreverências, dos não-medos e das não-dúvidas e até de algumas leviandades. Lá chegados, depois dos dias de forrobodó de Luanda, todos tínhamos consciência de que tudo ia ser diferente! E foi, embora seguramente uma gratificante experiência!
Já aqui lembrei o meu breve recolhimento na Igrega da Senhora Mãe de Deus do Quitexe! E a conversa rápida com o Casares, um dos furriéis que se ia embora! Recordo hoje a noite do meu primeiro sono quitexense, no quarto que iria ser nosso espaço quase privado, meu e do Neto, para não sabíamos nós quanto tempo. Encostámos as malas - eu levava apenas uma bem pequena e um mini-saco, daqueles da TAP - esticámos os lençóis e pusemos as fronhas no travesseiro, na qual iríamos lavrar muitos sonhos e dúvidas. Quase ao mesmo tempo, estendemo-nos cada qual na sua cama e falou o Xico (Neto), uns segundos depois e como que a consolar-nos: «Pronto, pá... já cá estamos!!...».
«É!....Já cá estamos!», respondi-lhe eu.
Ficámos largos minutos em sacramental silêncio, como que «falando» só para nós! Estávamos cansados da enorme viagem desde Luanda, de 320 quilómetros, e fruíamos momentos de desanuviamento físico, até que alguém gritou de fora, que era hora de jantar! Fomos, comemos, demos uma volta apeada e conversada pela vila, muito rápida, ainda fomos ao restaurante que ficava mesmo em frente dos nossos quartos e secretaria (foto) e voltámos ao quarto. O Xico escreveu o seu primeiro aerograma, sem um solto de palavra, concentrado, já saudoso e garantidamente nostálgico! Adivinhem para quem?!
Dormimos lindamente e acordámos como se estivessemos em Águeda, estando no Quitexe!
- 3ª. CCAV 8423: Hoje, em Alter do Chão, reuniu a 3ª. Companhia do BCAV. 8423. Tive o enorme gosto de falar com o Gordo e o Reina, deixando neles uma braço para a malta toda! A que sei, os cavaleiros de Santa Isabel cumpriram exemplarmente a missão que hoje lhe estava atribuída. Abraços!!!
- FOTOS: As fotos das duas casas são de Franklim e de Abril de 2009. Ver em http://quitexe-historia.blogs.sapo.pt/

5 comentários:

Anónimo disse...

Lindo... e um abraço para os quitexanos! O Quitexe está a desenvolver-se, fico muito contente, revi a capela onde fui baptizada e fiquei emocionada...

Cavaleiro disse...

Gostei de ver, fica bem recordar o Quitexe desta forma sentimental e bem escrita, seja quem for o furriel viegas e eu sei quem é, os meus parabéns.

SANTOS disse...

Tantas vezes por ali andámos a beber uns canhângulos, era assim que se chamava ás canecas de cerveja grandes, não era, e bifes com batatas fritas e ovo a cavalo. Era o Pacheco, axo eu.... Vamos ó Pacheco, dizíamos nós... Grandes tempos, nunca vão esquecer.

SANTOS disse...

Aqui era o Pacheco,onde vevíamos uns valente canhângulos, era assim que se chamavam as canecas grandes de cerveja, não nera,, com bifes e batatas fritas, comovo a cavalo.
Velhos tempos, e dizíamos nós: vamos ó Pacheco... Ain se eu me agarrava com essa idade.

J. Lapa disse...

No meu tempo,(65/67)este restaurante era mais conhecido pelo bar da Dº Maria.