Cabos Milicianos Neto, Viegas, Matos e Monteiro,
no RC4 de Santa Margarida (Março de 1974). Clique na foto, para ampliar.
Não falar do Matos neste espaço de Cavaleiros do Norte seria imperdoável. O Matos, que eu não sei se lê isto (ainda agora lhe tentei falar), era furriel miliciano atirador de cavalaria, «fixou» a sua comissão na secretaria do 2ª. CCAV, aquartelada em Aldeia Viçosa, e por lá bebemos boas nocais e ekas, e cucas!, com uns bons pregos no pão, carregados de gindungo. Aqui vizinho de Anadia (Avelãs de Caminho), não nos conhecíamos até que a tropa nos juntou nas dores da instrução de Lamego, nos Rangers.
Algo que não recordo, nos separou os caminhos militares, seguindo cada um pelo seu, até que a mobilização nos voltou a «casar», em Santa Margarida - ele, garboso cabo miliciano de cavalaria, eu de igual posto, mas dos Rangers! E lá fomos para Angola, cada qual na sua companhia, do mesmo batalhão.
Sempre que o serviço permitia - e permitiu muitas vezes!!!... - lá estava eu a passar por Aldeia Viçosa, ele menos pelo Quitexe!, emparceirando conversas que nos traziam às rivalidades entre os dois municípios (Águeda, o meu; Anadia, o dele), o que nos fazia despicar de forma divertida e nos ajudava a «falecer» as saudades que naturalmente cresciam a cada dia que passava. Quantas dessas conversas recordámos nós, já em Portugal e por altura das quatro Taças Latinas de Hoquei em Patins e do Europeu de Basquetebol, no pavilhão de Anadia!
O que me traz o Matos aqui, porém, nada tem a ver com bolas e stiques.
É que o Matos, com aquele tique que ele tinha, com aquele bigodito negro a medrar-lhe sobre o beiço, tinha uma coisa que ainda hoje considero fantástica: a memória.
Então não é que o Matos sabia de cor e salteado, de trás para a frente e da frente para trás, todos os números mecanográficos de todos os militares da 2ª. CCAV?! Todos, mesmo!! Cada um com oito algarismos, como todos sabemos!
Ainda última vez que estive com ele, lhe quis pregar uma partida: «Então, olha lá, qual é o número do Mourato!!!».
E, zás, num ápice, respondeu ele: «Tal, tal, tal e tal!!!...».
«E o do Letras?!!!...».
E o Matos, pumba, metralhou-o, algarismo a algarismo!
Espantoso, meu caro Matos, de Avelãs de Caminho! Ainda hoje acho isso admirável!
Ainda última vez que estive com ele, lhe quis pregar uma partida: «Então, olha lá, qual é o número do Mourato!!!».
E, zás, num ápice, respondeu ele: «Tal, tal, tal e tal!!!...».
«E o do Letras?!!!...».
E o Matos, pumba, metralhou-o, algarismo a algarismo!
Espantoso, meu caro Matos, de Avelãs de Caminho! Ainda hoje acho isso admirável!
- MATOS. Mário Augusto da Silva Matos. Furriel miliciano atirador de cavalaria, quadro de serviços, mora em Anadia.
- MOURATO: Abel Maria Ribeiro Mourato, furriel miliciano vagomestre, de Portalegre.
- LETRAS. António Carlos Dias Letras, furriel miliciano de Operações Especiais, empresário, de Palmela.
- MOURATO: Abel Maria Ribeiro Mourato, furriel miliciano vagomestre, de Portalegre.
- LETRAS. António Carlos Dias Letras, furriel miliciano de Operações Especiais, empresário, de Palmela.
3 comentários:
Sr. Ze Celestino: Gostei de estara a ler as suas histórias da tropa.
O homem é a tal "aquela mááááááquina!".
Abraço para os cavaleiros do norte.
Ois da Ribeira:
Quem é a/o conterrânea/o que aqui aparece? Se calhar já me ouviste a contar alguma dessas histórias aí por casa. Acertei?
Quem também esteve no Quitexe, foi o Zé Pires, da rua do Viveiro. Esteve lá antes de mim!
Quitexe:
O Matos? É daqui de Avelãs de Caminho e era, era uma máquina a fixar números mecanográficos.
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