quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os bons dias e as boas noites de Luanda....

Baía de Luanda, em 1974. Foto de Jorge Oliveira (Aveiro)

Eu e Albano Resende na Restinga (ilha), com a
Baía de Luanda em frente e o Atlântico atrás (1974)

Os primeiros dias de Luanda foram vividos em farta correria e evidente folia, no encontra este e fala com aquele, galgando-se horas atrás de horas, sempre a conhecer coisas novas, que nos enchiam os olhos e a alma. Em verdadeira vida de civil! E que boa vida!!!
Os canhângulos eram ingeridos em ritmo alucinante, por fazer um calorão - que secava as gargantas e adormecia os corpos. Conheci alguns dos pontos mais turísticos e populares da cidade, muito pela sorte de lá ter disponível o Albano Resende, que se dispôs a fazer-se de "taxista" no Toyota dele, levando-me a aqui e ali.
Numa dessas noites, fui com ele comer bacalhau ao Vilela, no bairro da Cuca - onde moravam o Mário Coelho e Benedita, pais de Fernanda - todos aqui de Ois da Ribeira!! Deixou-me depois na rotunda do Katekero, de onde me levariam viaturas militares, para o Grafanil. Viaturas que tardaram a chegar, recebendo nós a informação (já nem sei como...) de que só seria às xis horas. Não me lembro quais! De todo o modo, algum largo tempo...
Por ali perto, havia bem onde nos divertirmos e o cio da idade e da noite bem puxava por nós! Ora então, se íamos para o mato daí por um dia ou dois, o que fazer para nos «vingarmos» desse futuro? Ora, nem foi tarde nem foi cedo e lá fomos nós, eu e o (não digo!) sensualizar-nos na noite, que nos ardia no corpo inteiro. Fomos para ao Diamante Negro, ali a uma centena de metros do Katekero. E quem lá encontrei? Vejam só: uma conhecida de Águeda, ex-aluna de colégio, que tantos sonhos molhou na rapaziada do nosso tempo escolar e ali estava com outro nome. Com a minha memória fresquíssima, sobre a sua identidade e fisionomia, logo atrevidamente lhe perguntei se não era fulana de tal, chapando-lhe o nome completo. "Não, não sou...", disse ela. Mas era, afinal, e por lá ganhava a vida! Resultado da noite: perdemos a boleia militar e tivemos de ir de táxi para o Grafanil! Lá para as algumas da madrugada!
- CANHÂNGULO: Nome dado, em Angola, a uma caneca de cerveja.
- KATEKERO. Hotel no Largo de Serpa Pinto, baixa de Luanda.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Amigo Celestino

Foi novidade uma das nossas fotos, as restantes e o conteúdo foi muito mesmo muito agradavel e saudoso.
O meu muito obrigado pela feliz ideia.
Um forte abraço amigo e tudo de bom para todos vós.
Albano Resende

Anónimo disse...

Maroteira, e o que é que andaram a fazer até às tantas da madrugada?!
Abraços para a malta!!!
Luís