quarta-feira, 24 de junho de 2009

Juras e verdades de amor do Quitexe para Portugal ...

Furriéis Neto e Viegas a gravar cassetes no seu quarto (comum) do
Quitexe: «Olá amor, olá Ni...», diria o Xico Neto

Furriéis Monteiro e Viegas a gravar «mentiras» d´amor para
Nani (Fernanda Queirós Monteiro) no quarto do Quitexe. Sorriam, se faz favor!

Nani e Ni: ora leiam lá minhas meninas,
por que vos trouxe eu para aqui!
Cliquem nas fotos para as ampliar

Estas duas meninas da foto, a Nani e a Ni, aqui com cara de quase cinquentonas mas notoriamente muito, muito bem conservadas, foram duas das maiores «vítimas» da implosão romântica dos furriéis cavaleiros do Quitexe do meu tempo. Do Monteiro e do Xico Neto, bem entendido! E respectivamente! Eram, ao tempo, as doces e apetitosas namoradas deles. Hoje, suas amadas e desejadas mulheres de muitos anos!
O que arrimava hoje um, de juras de amor eterno e promessas de fidelidade total e absoluta, caprichava o outro no momento seguinte - renovando e multiplicando votos. Era um ver-se-te-declaras-meu-amor permanente!
Um dia, o Monteiro descobriu que o Xico Neto, por cassetes gravadas no nosso quarto, romanceava grandes e quentes juras de amor para a sua Ni! Juras que ele mandava para Portugal em repetidos sacos de açúcares de paixão (as cassetes). A Ni era (e é!) a Eunice os seus desejos, que pelo Beco de Macinhata (Águeda) se deitava em sonhos e pesadelos de saudades do seu mais que tudo!
«Então, olha lá... e a minha Nani?!....», interrogou um dia o Monteiro, a deitar suores de saudade por tudo quanto eram poros do seu corpo quente, nostalgiado da ao tempo jovem professora primária que assinava Fernanda Queirós. Como hoje, mas já avó! A Nani!
«Também quero mandar-lhe uma cassete!...», proclamou o apaixonado e delirado Monteiro!
Então, mas qual é o problema? Grava-se uma cassete para a Nani! E para a Ni!
Tudo foi estudado ao pormenor: a força da rima do verso de paixão, a quadra de piedosa (digo eu!...) e generosa promessa de amor eterno, «ó minha isto, ó minha aquilo, ó meu sonho de todas noites, ó meu corpo de desejos, ó minha mulher de Canaveses (ou do Beco) que me sensualizas os sonhos, ó coisinha q´adormeces as minhas noites do Quitexe!». Tão a ver?
É evidente que, hoje - 35 anos depois... - eu não me lembro bem, nem aqui poderia repetir a hora e meia da cassete, cheínha da conversa fiada de juras que se faziam amoras e amores destes jovens furriéis de Abril, armados em cavaleiros do Quitexe. Mas sei, tenho a certeza, 35 anos passados, que não cometi sacrilégio nenhum sempre que palavreei o mais fácil e adocicado que soube e me dispus a «coordenar» e acicatar as declarações destes dois furriéis do Quitexe - um de Águeda ( o Neto), outro de Vila Boa de Quires, de Marco de Canaveses (o Monteiro).
Ali no meu sótão, encontrei um poema, de não sei quem, que foi declamado em cassete cor de vinho, para a Nani e a Ni: «Amor, que carregas na mochila da saudade/As saudades das muitas nossas noites nuas.../Lembra-te da flor aberta do nosso coração/Inventa sonhos do meu rosto e de luas/E mata assim a tua e nossa solidão».
Estas cachopas que tantas «mentiras» leram e ouviram, agora já felizes e realizadas cinquentonas, corariam de certeza, ainda hoje, se, num qualquer madrigal de serenata, agora lhe cantássemos ao ouvido estas juras lavradas nas noites de cio e romance do Quitexe.
Sorriria, certamente, a doce Nani! A Nani que ali está na foto, com o cestinho de afectos pendurado na mesma mão direita que tantos corações traçou de setas, em nostálgicas cartas/aerogramas para o Quitexe!
Sorriria, seguramente, a amada Ni!: «Vocês são uns malucos!...».
Olhem lá, digo-vos eu: portem-se bem e amem os vossos desejados maridos, meus amigos e antigos furriéis de Abril e do Quitexe!
- NANI. Fernanda Queirós, ao tempo namorada e hoje mulher do )ex)furriel (José Augusto Guedes) Monteiro.
- NI. Eunice Santos, ao tempo namorada e hoje mulher do (ex)furriel (José Francisco Rodrigues) Neto.

8 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me perfeitamente desses momentos extraordinários.
E se fiz juras de amor eterno, bom, vou-te dizer que para lá caminha. Esse amor que eu cantava aos quatro ventos e que deixava nostalgico e saudoso pela grande distancia que me separava do meu grande amor, esse amor amadureceu, deu muito fruto e é ver como ainda nos amamos.´Já lá vão 33 anos. Se não é eterno para lá caminha.
Um braço do Monteiro

SANTOS disse...

Ei, ó Monteiro, e não será paixão assolapada?! A sério: parabéns, cada vez mais ouvimos e vemos o contrário. Mas é engraçado, eu há 25 anos teria uma ideia completamente diferente de ti. A idade muda-nos muita coisa, não é..

Anónimo disse...

Lindo, lindo, lido, lindo, lindo..., já não há amores destes.
Luís A.

Viegas (ex-furriel miliciano) disse...

Ei, Monteiro:
Conta lá aquele teu arrufo com o teu amor eterno, cujo nó vieste desatar nas férias de 1974! Fazendo bem as contas, já lá vão 35 anos, pelo menos!! Quais 33!!!
Grande pachorra tem tido a rapariga!! Quero dizer, a avó Fernanda! A Nani!
Um beijo para ela! SE não te importares, tu!
C. VIEGAS

Oliveira disse...

Conte lá, furriel Viegas, como é que era.

francisco neto disse...

Gostei de ler o teu relato do amor que vinha via aerogrma para o ainda hoje meu amor «NI» como testemnhaste esta ligação,como tambem sabes sou pai de três filhos melhor 2 raparigas e 1 futuro Eng.Hoje sofro muito com a perca dum Grande Amor a minha Manelito«filha mais velha»Só a coragem dum Ranger é que dá força para cntinuar Um até logo.

SANTOS disse...

Furriel Neto, um abraço para si, já tinha lido neste blogue, dsejeo-lhe muita força...

Anónimo disse...

Confesso que já vi estas fotos algumas vezes! Sim, claro que eu sei que elas estão sempre iguais! Acho piada à concentração e vê-se que não brincavam em "serviço"!
Faz-me lembrar as invenções do nosso Foto-cine mas que davam em nada porque tinha a "mania" do paludismo. Era demais...parece que era atreito a ele! Excelente rapaz.Dizia encontrar a cura na cerveja e "carregava-se" no Topete.Depois, com a borracheira, dizia que ficava bom. Dizia o Cripto: Pudera, neste estado não tem noção da doença!
A. Casal