Sanzalas (aldeias) da Província do Uíge (Angola), anos 70 do século XX
O que terá acontecido no Quitexe militar de 21 de Outubro de 1974, há 36 bem medidos e saudosos anos, na área de acção do Batalhão de Cavaçaria 8423? Recorro-me do Livro da Unidade: «O desarmamento das milícias começou a processar-se a 21 de Outubro e não teve boa aceitação, por parte dos povos, nomeadamente nos postos sede» - os do Quitexe e de Aldeia Viçosa.As milícias agiam em forma de auto-defesa e foram uma das primeiras formas de resistência local aos ataques do IN. Os civis, coordenados pelos regedores das aldeias, eram armados e, digamos, uma espécie de primeiro tampão das investidas do IN. Mas, como reconhece o Livro da Unidade, «salvo honrosas excepções, não tiveram acções de vulto em defesa dos seus aldeamentos».
Havia mesmo suspeitas da sua prosmiscuidade com o IN. «Sabe-se que os apresentados e o FNLA vivem em contacto permanente, quase geral e há largos anos», lê-se no Livro da Unidade. E nós mesmos, os Cavaleiros do Norte, poucas dúvidas tínhamos sobre essa cumplicidade. Ou nenhumas. O que se temia, porém, e compreende-se, é que, após o cessar fogo, pudessem ser exercidas vinganças e represálias sobre quem lealmente tinha servido as autoridades portugueses».
E por lá houve muito quem, assumindo o estatuto de milícia armado, serviu de resistência às acções do IN. Muita inquietação houve por estes últimos dias de Outubro, entre quem se via no fio da espada: português de ontem (como milícia e em defesa das aldeias) e angolano de amanhã. Independente.
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