Furriel Viegas na Fazenda Luísa Maria (em cima) e brigadeiro
Altino Magalhães (foto no texto)
A 12 de Outubro de 1974, os sempre generosos «cavaleiros» atiradores do PELREC fizeram uma escolta muito especial, à fazenda Luísa Maria - onde jornadeava um pelotão da 2ª. Companhia, a de Almeida Viçosa. Fomos «dar segurança» ao então brigadeiro Altino Magalhães, que era o Comandante da Zona Militar Norte (ZMN) e Governador do Distrito do Uíge.
Os tempos, ao tempo, tinham das suas coisas menos boas e desconfiava-se abertamente do comportamento da FNLA - que persistia em actividades de pilhagem, que motivavam muitas queixas dos civis. «Procurou-se contrariar esta acção de banditismo com o lançamento de patrulhamentos inopinados, sem que, contudo, se preveja parar com elas já que, à aproximação das NT, o FNLA se furta ao contacto e, consequentemente, não se evita a acção já realizada e a realizar, à posteriori, pois a presença das NT não é, e não pode ser, contínua», assim se lê no Livro da Unidade.
Ao tempo, murmurava-se como iminente a declaração oficial de cessar fogo, mas nunca... fiando. As hostilidades mantinham-se vivas, pese embora tivessem terminado as operações militares na mata. Bem mais perigosos pareciam ser os conflitos urbanos. E quantas vezes foram...
A 12 de Outubro, armados até aos dentes - incluindo metralhadoras pesadas e morteiros, se me lembro bem... - partiu manhã cedo o PELREC, pelas picadas de Santa Isabel fira, a proteger a importante caravana militar: o comandante da ZMN (e governador do Uíge), o brigadeiro Altino de Magalhães (a mais alta patente de toda a zona) e oficiais do BCAV. 8423.
Correu bem a viagem, para lá e para cá! Sem quaisquer problemas, embora todos nós de olhos bem abertos e o corpo molhado da lama feita de suor com o pó vermelho da terra de Angola. Há 36 anos, hoje se completam.
NOTA: O registo de datas é feito a partir do Livro da Unidade (o BCAV. 8423) e de apontamentos e correio pessoal.
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