Capa do livro da 4ª. classe, em Angola (1974). Clicar, para ampliar
Por algum tempo fui uma espécie de professor, no Quitexe, nas chamadas aulas regimentais. Podendo haver - e certamente havia... - gente dos Grupos Especiais (GE) que não tivessem a 4ª. classe, a verdade é que as aulas eram (quase) exclusivamente frequentadas por militares brancos (europeus) e deles recordo o nosso inimitável Cabrita, soldado básico algarvio, que agora ganha a vida com barco de pesca aportado em Cascais.
Queria o Cabrita, sem a 4ª. classe, ter tal habilitação! E queria-a principalmente porque, regressando à vida civil, era seu objectivo seguir carreira profissional na área da pesca e ser patrão de barco. E sem diploma não havia carteira profissional. Mais: ele queria ser capaz de escrever à namorada, «coisa» que não era capaz e em cuja função o substituí tantas vezes.
Voluntariou-se, aprendeu a ler e a escrever, arrecadou o diploma da 4ª. classe e, já em Portugal, tirou a carta de patrão de barco (julgo ser assim que se chama) e é profissional de pesca de sucesso!
Dele tenho esta história bonita: querendo reencontrar-me e não sabendo (por ter esquecido) de onde sou eu, quis ir a um programa da SIC - o «Ponto de Encontro»... - para me localizar. Mas quis o destino que fosse eu, em 1994, a descobri-lo em Cascais - quando ele era do Alvor e por lá o procurara eu já algumas vezes. Procurava-o para o nosso primeiro encontro de Cavaleiros do Norte, 20 anos depois da partida para Angola.
Esta escola regimental, se mais não me deu (e deu...), deu-me um amigo de uma vida.
Queria o Cabrita, sem a 4ª. classe, ter tal habilitação! E queria-a principalmente porque, regressando à vida civil, era seu objectivo seguir carreira profissional na área da pesca e ser patrão de barco. E sem diploma não havia carteira profissional. Mais: ele queria ser capaz de escrever à namorada, «coisa» que não era capaz e em cuja função o substituí tantas vezes.
Voluntariou-se, aprendeu a ler e a escrever, arrecadou o diploma da 4ª. classe e, já em Portugal, tirou a carta de patrão de barco (julgo ser assim que se chama) e é profissional de pesca de sucesso!
Dele tenho esta história bonita: querendo reencontrar-me e não sabendo (por ter esquecido) de onde sou eu, quis ir a um programa da SIC - o «Ponto de Encontro»... - para me localizar. Mas quis o destino que fosse eu, em 1994, a descobri-lo em Cascais - quando ele era do Alvor e por lá o procurara eu já algumas vezes. Procurava-o para o nosso primeiro encontro de Cavaleiros do Norte, 20 anos depois da partida para Angola.
Esta escola regimental, se mais não me deu (e deu...), deu-me um amigo de uma vida.
1 comentário:
Um abraço para o Cabrita...
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