terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ser «professor» de 4ª. classe do inimitável e grande amigo Cabrita

António Cabrita e a mulher, no Encontro de Águeda de 1994 (em cima).
Capa do livro da 4ª. classe, em Angola (1974). Clicar, para ampliar



Por algum tempo fui uma espécie de professor, no Quitexe, nas chamadas aulas regimentais. Podendo haver - e certamente havia... - gente dos Grupos Especiais (GE) que não tivessem a 4ª. classe, a verdade é que as aulas eram (quase) exclusivamente frequentadas por militares brancos (europeus) e deles recordo o nosso inimitável Cabrita, soldado básico algarvio, que agora ganha a vida com barco de pesca aportado em Cascais.
Queria o Cabrita, sem a 4ª. classe, ter tal habilitação! E queria-a principalmente porque, regressando à vida civil, era seu objectivo seguir carreira profissional na área da pesca e ser patrão de barco. E sem diploma não havia carteira profissional. Mais: ele queria ser capaz de escrever à namorada, «coisa» que não era capaz e em cuja função o substituí tantas vezes.
Voluntariou-se, aprendeu a ler e a escrever, arrecadou o diploma da 4ª. classe e, já em Portugal, tirou a carta de patrão de barco (julgo ser assim que se chama) e é profissional de pesca de sucesso!
Dele tenho esta história bonita: querendo reencontrar-me e não sabendo (por ter esquecido) de onde sou eu, quis ir a um programa da SIC - o «Ponto de Encontro»... - para me localizar. Mas quis o destino que fosse eu, em 1994, a descobri-lo em Cascais - quando ele era do Alvor e por lá o procurara eu já algumas vezes. Procurava-o para o nosso primeiro encontro de Cavaleiros do Norte, 20 anos depois da partida para Angola.
Esta escola regimental, se mais não me deu (e deu...), deu-me um amigo de uma vida.

1 comentário:

Cavaleiro disse...

Um abraço para o Cabrita...