Furriéis Viegas e Miguel, com o Posto 5 à direita
(identificado como Posto de Sentinela, na anotação inscrita)
As escalas de serviço nem sempre eram bem recebidas pelos Praças! E as dúvidas começavam logo ali, em frente ao placard, apontando A e B, como costumeiros beneficiados! Inúmeras vezes, houve lugar a desconfianças e mau estar, no que tocava à distribuição dos postos de vigilância.
«Outra vez aqui?!..Esta m… é só afilhados… Isto hoje não fica assim!...».
Não que não ficava… Era assim e ponto final!
A título de exemplo, dois serviços seguidos no Posto 5 já deixavam os nervos em franja! Ninguém gostava do sítio e com razão! Já tinha sido atacados e as marcas ficaram!
Não fazendo eu parte dessas escalas, e jogando por fora, sempre dava para perceber que por ali andava marosca! É evidente que quem se sentia injustiçado, por vezes não conseguia calar a revolta e demonstrava-o, muitas vezes com alguma veemência, embora não descurando o dever de aprumo! Mas era logo à partida uma causa perdida!
Uma ameaça de participação por indisciplina, era o último “argumento” para quem não tinha outro para esgrimir, o que logo denotava uma ausência de formação militar (e outras!...)! Estávamos em 1972/1973 e não havia espaço para grandes ou até pequenos protestos – e estamos a falar de Praças, a quem, por vezes, parecia querer ser imposto um tecto à inteligência! E que conveniente seria, em determinadas circunstâncias!
Para que estas situações não se repercutissem na camaradagem, abalando-a, havia sempre alguém de bom senso que palestrava e amaciava as hostes! O espírito de grupo estava bem alicerçado, muito se devendo ao Alferes Victor. Sempre atento, desdobrava-se a limar algumas arestas, para que ninguém saísse dos carris do companheirismo! E que inteligentes golpes de rins ele aplicava!...
Os tempos que se viviam na área militar do Quitexe eram muito difíceis, não sobrando tempo para as chamadas “coisas menores”, como ele dizia!
Honra seja feita a alguns comandantes de grupo que, arriscando quesílias, algumas vezes interferiram, exigindo mais respeito nas escalas! Mas até a tarefa destes se apresentava bem complicada, não sendo nada fácil aos milicianos “enfrentar” o pessoal do Quadro! Aquela máquina de retaguarda estava “bem” montada e coesa, com uma carcaça quase impenetrável! Felizmente, havia excepções, e elas eram de cinco estrelas! E ainda adianto: Que grandes saudades deixaram em todos nós!
Certo é que os operacionais, apesar de algumas injustiças e atropelos de que foram alvo, estiveram sempre disponíveis e sedentos de cumprir o seu dever! E cumpriram-no!
A título de exemplo, dois serviços seguidos no Posto 5 já deixavam os nervos em franja! Ninguém gostava do sítio e com razão! Já tinha sido atacados e as marcas ficaram!
Não fazendo eu parte dessas escalas, e jogando por fora, sempre dava para perceber que por ali andava marosca! É evidente que quem se sentia injustiçado, por vezes não conseguia calar a revolta e demonstrava-o, muitas vezes com alguma veemência, embora não descurando o dever de aprumo! Mas era logo à partida uma causa perdida!
Uma ameaça de participação por indisciplina, era o último “argumento” para quem não tinha outro para esgrimir, o que logo denotava uma ausência de formação militar (e outras!...)! Estávamos em 1972/1973 e não havia espaço para grandes ou até pequenos protestos – e estamos a falar de Praças, a quem, por vezes, parecia querer ser imposto um tecto à inteligência! E que conveniente seria, em determinadas circunstâncias!
Para que estas situações não se repercutissem na camaradagem, abalando-a, havia sempre alguém de bom senso que palestrava e amaciava as hostes! O espírito de grupo estava bem alicerçado, muito se devendo ao Alferes Victor. Sempre atento, desdobrava-se a limar algumas arestas, para que ninguém saísse dos carris do companheirismo! E que inteligentes golpes de rins ele aplicava!...
Os tempos que se viviam na área militar do Quitexe eram muito difíceis, não sobrando tempo para as chamadas “coisas menores”, como ele dizia!
Honra seja feita a alguns comandantes de grupo que, arriscando quesílias, algumas vezes interferiram, exigindo mais respeito nas escalas! Mas até a tarefa destes se apresentava bem complicada, não sendo nada fácil aos milicianos “enfrentar” o pessoal do Quadro! Aquela máquina de retaguarda estava “bem” montada e coesa, com uma carcaça quase impenetrável! Felizmente, havia excepções, e elas eram de cinco estrelas! E ainda adianto: Que grandes saudades deixaram em todos nós!
Certo é que os operacionais, apesar de algumas injustiças e atropelos de que foram alvo, estiveram sempre disponíveis e sedentos de cumprir o seu dever! E cumpriram-no!
ANTÓNIO CASAL
1º. Cabo Rádio-telegrafista, da CCS do BCAV. 1917, no Quitexe em 1972/73
- NOTA: As injustiças não eram só com os Praças, caro Casal.
Eu mesmo me senti muitas vezes nesse papel de injustiçado. Eu e outros furriéis. Por exemplo, não havia dia especial do calendário (Natal, Ano Novo...) que não estivesse escalado. Até no dia dos meus jovens 22 anos! E valeria a pena discutir? Discutir, podíamos discutir, mas não valia de nada... - CV
2 comentários:
Quanto à nota do Viegas, eu sei que não era só com os Praças. Não sei se aconteceu com os Oficiais, mas com os Furriéis também acontecia e até algumas "pequenas" discussões! Não se dava muito por ela, porque os mais sacrificados eram dados à boa paz, principalmente o Furriel Teixeira. Ex-Seminarista, lá carregava a sua cruz como podia e a sua formação não lhe "permitia" conflitos com ninguém! Ah, já agora, também não fazia parte do grupo da batota e das noitadas demasiado regadas, a que o Comando teve que pôr travão!
Por coincidência, o gestor da dita batota, era também o gestor das escalas de serviço!
Mas que tem isto a ver com os Praças, afinal de contas?
Pois tem e muito, porque estes (alguns) também faziam parte do desmantelado Cabaré da Coxa!
Afinal, tudo isto fez parte das bonitas noites da bela Vila do Quitexe!
A. Casal
Ó Viegas, tu não eras lá muito querido dos sargentos, davas-lhe muita água pela barba e eles não gostavam e depois também havia uns traidorzecos no meio da quinta...
Um grande abraço para ti,
Fernandes
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