domingo, 4 de abril de 2010

A 2ª. feira de Páscoa de 1975...

A cidade de Luanda, a noite e vista da fortaleza (foto de Henrique Oliveira, em 1974)


Hoje, que é dia de Páscoa de 2010, olhava eu ali o adro da igreja quando me lembrei da 2ª. feira de Páscoa de 1975. Estava eu em Luanda, no bem-bom que a cidade proporcionava, quando, próximo do almoço e ao passar pela estação dos Correios, não resisti à tentação de telefonar para Portugal. Para minha mãe.
Seria uma surpresa mas não se julgue que era coisa fácil, como hoje - que, com um telemóvel na mão, se fala com o fim do mundo no mesmo momento. Não era, era até um atrevimento. Mas correu mal. Supus eu que ligando para a vizinha Celeste - naquele tempo havia cinco telefones na minha aldeia!!!, vejam lá... - ela a chamaria. Só que, a vizinha mo disse, minha mãe tinha saído para beijar o Senhor em casa de familiares. Lá se foi o gosto!
O dia foi quente e almoçámos na ilha, onde nos levou o conterrâneo Albano Resende - que por aqueles dias fez de nosso taxista. À tarde, fui de missão ao cemitério de Catete e, reencontrado com o Alberto Ferreira, conheci o agora advogado Nuno Neves, de Fermentelos. Ao tempo, era furriel de Comandos e tinha sido atingio a tiro no braço esquerdo, numa escaramuça da cidade - na zona de Vila Alice. Passei na avenida D. João II, onde estava a delegação das Ferragens Reunidas de Águeda (FRAL), com recado do Neto. A FRAL era do pai e instalava uma fábrica na Zona Industrial de Viana.
A cidade de Luanda era um desafio, cheia de atracções e segura. Ninguém diria que Angola vivia uma guerra, desde 1961. A noite ia satisfazer os nossos desejos e aventuras!

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