Quartel do BC12, visto da estrada que vai de Carmona. O pavilhão à sua direita, foi dormitório dos furriéis nos últimos dias do Uíge, em Agosto de 1975 - clicar, para ampliar. Comandante Almeida e Brito (em baixo)
A vida da guarnição de Carmona continuou por Abril de 1975, mas com a remodelação do dispositivo militar suspensa, logo no início do mês - quando se planeava a desactivação de Vista Alegre e Ponte do Dange, onde continuaram grupos de combate da 3ª. Companhia.
Socorro-me do Livro da Unidade, para lembrar que «as indicações dadas pelos movimentos emancipalistas, resultantes do abandono de determinadas instalações militares, levou-nos a ter que aguardar que se resolvessem a alto nível as questões pendentes e inerentes a esse abandono». Não são precisas tais indicações, mas a memória leva-nos às dificuldades de relacionamento entre os militares dos três movimentos, principalmente resultantes do seu (deles) desejo de se apoderarem das instalações militares, em detrimento das forças «rivais» e para melhor controlo da zona.
O tenente-coronel Almeida e Brito (foto de 1997) regressou do seu interinato na ZMN e reassumiu o comando do BCAV. 8423, a 4 de Abril. A 6, visitou 1ª. Companhia - instalada em Vista Alegre e Ponte do Dange -, acompanhado do 2º. Comandante (capitão Silva Themudo) e do oficial adjunto (capitão José Paulo Falcão). Lá voltaria a 18 de Abril, neste caso parando no Quitexe, por onde necessariamente fazia trânsito e onde estava estacionada a 3ª. Companhia.
Luanda, para nós e nestes primeiros dias de férias, era terra de promissões e desejos levados a factos. Gozava-se a vida, fartamente. Como só se vive quando se tem 22 para 23 anos!
1 comentário:
A 3 de Abril de 1973 - rezam os meus apontamentos -, calhou-me na rifa uma escolta e proteção ao pessoal da JAEA. Teria sido igual a tantas outras, se o destino não fosse ali para os lados de Zalala, onde dias antes tinha ocorrido um "encontro" menos simpático com o IN. "Encontro" que não testemunhei, mas que hoje mesmo me foi lembrado e narrado por quem tem razões de sobra para não esquecer tal data. Quanto à proteção de faz hoje 37 anos, correu da melhor forma, mas não sem receios, repartidos pelos militares e trabalhadores da JAEA. Mas ainda tenho bem presente alguns calafrios por que passámos, cientes de estarmos a ser observados. E de bem perto! Mesmo assim, ainda houve lugar a algumas situações caricatas e que puseram os cabelos do Alferes em franja. Delas darei conta em momento mais oportuno. Certo é que nesta altura já muito se falava da Páscoa, apesar de ainda estar a uma distância considerável.
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