terça-feira, 20 de abril de 2010

O atirador de cavalaria Almeida que se fez padeiro...

Miltares do PELREC. Em cima, da esquerda para a direita, Hipólito, Monteiro (furriel),
ALMEIDA e Vicente. Em baixo, Garcia (alferes), Leal, Neto (furriel) e Aurélio (barbeiro)


O 1º. cabo Almeida era atirador de Cavalaria e um ano mais velho que todos nós - os gloriosos «pelrec´s» da CCS dos Cavaleiros do Norte. Rezava a lenda de caserna que tinha ele fugido para França, a salto, e, por isso, teve incorporação militar um ano depois. Era de 72, nós 1973. Nunca ele, mesmo perguntado, confirmou se assim foi.
O 1º. cabo Almeida era a paz em pessoa! Quiçá, envergonhado da sua condição humilde, parido que foi lá pelas serranias da Estrela, nas abas de Penamacor. Nunca dele se teve um problema. Foi sempre zeloso, cumpridor e aprumado, humilde até parecer excesso. A equipa de combate que comandava era do PELREC e disciplinada, corajosa, sem medos... E ele, para além das missões que lhe competiam, como atirador de cavalaria - comendo o pó das picadas e vencendo o medos dos trilhos de perigos das matas... - , emprestava-se ainda às tarefas internas da guarnição, sem um ai de queixume e indo para além do curial - por exemplo, fazendo-se padeiro e coordenando as tarefas de ordenação do refeitório.
Ocorre-me isto, por ler um louvor do comando do BCAV. 8423, relevando «um militar muito disciplinado, correcto e sempre pronto a cumprir quaisquer serviços, mesmo voluntários, que se solicitassem». O documento dá especial ênfase ao período dramático de Junho de 1975, quando milhares de civis foram socorridos no BC12 e tinham de... comer. Pois o 1º. cabo Almeida, atirador de cavalaria que se fez padeiro, teve «esforço especialmente notório» nesse período de incidentes, «trabalhando dia e noite, para apoiar tão elevado número de pessoas».
O militar Almeida, evoco-o como sempre disponível, sempre cumpridor e sempre atento, sem uma qualquer exuberância ou algum deslumbramento, sempre consciente dos momentos que se viviam. E também o lembro pelo pão quentinho que barrávamos de manteiga, às vezes recheávamos de queijo ou goiabada, ou presunto em dia de festa. Era pelas noites dentro, quando estávamos de serviço, no Quitexe ou em Carmona.
E como era bom o casqueiro amassado e cozido pelo padeiro Almeida, no forno da CCS!
- ALMEIDA: Joaquim Figueiredo de Almeida, 1º. cabo atirador de cavalaria, natural de Pedrogão de S. Pedro, em Penamacor. Faleceu a 28 de Fevereiro de 2009.
- FALECIMENTOS. Garcia, Almeida, Vicente e Leal já faleceram

3 comentários:

Tomás disse...

O Almeida, não foi o unico a mudar de especialidade. Lembro que o António Silva radiomontador, tambem foi "convidado" a trabalhar na padaria,à força. O capitão Oliveira que era um grande defensor das "NEPS", nessa altura esqueceu totalmente as ditas e à que por todos a trabalhar, principalmente os radiomontadores. Vamos re-lembrar; Um era escriturário, fazia reforços cabo de dia e dava assistência técnica não só militar como de ambito civil; outro era fotocine ou seja dava cinema fazia reforços e cabo de dia e dava assistência técnica; finalmente o Silva fazia reforços, fachinas, assistência técnica, e foi tambem padeiro. Para quem aquí já disse que ser radiomontador era uma maravilha... até tinhamos tainadas pela noite dentro com fados e etc.(!) Bom... Apesar de tudo quem nos dera, eramos mais novos só 36 anos.

J. Silva disse...

O Almeida era um fixolas...

Anónimo disse...

ola a todos os colegas do atirador Almeida como voces ja sabem ele ja nao se encontra entre nos,por visinhos soube que ja procurarram algum familiar pelo que me pus a pesquisar na net ate ter chegado a este blogue.
eu sou o filho do atirador Almeida,
aqui vou deixar meu contato telm 961118094 ou por email:
almeida-1978@hotmail.com

um abraço a todos

com os melhores cumprimentos
Antonio Almeida.