Soldados sapadores de infantaria da CCS do BCAB 8423, em Carmona (1975)
O Pelotão de Sapadores era comandado pelo alferes miliciano Ribeiro (foto ao lado), engenheiro de formação académica e gente do alto! Os «adjuntos» eram os furriéis milicianos Mosteias, Cruz (Montijo) e Farinhas (já falecido) e o grupo era formado por um punhado de excelentes soldados - que se deram em trabalho permanente para melhor servirem os companheiros da CCS e a população civil.
Do alferes Ribeiro retenho, visivelmente, a capacidade de mobilização e organização com que, na parada do BC12, em Carmona e em Maio de 1975, assumiu a gestão do «exôdo» (para dentro) da população civil que fugia do sangue que avulsamente se derramava na cidade, devido aos incidentes urbanos entre a FNLA e o MPLA, e no aquartelamento procurava (e tinha) protecção. Foram dias dos piores da nossa passagem por Angola.
Não faltou paciência, coragem e garbo ao alferes Ribeiro, e a competência!, para coordenar o que parecia incoordenável, sem uma falha, sem um «espera aí» nascido de um qualquer temor, gerindo sempre serenamente o fulgor e as emoções dos soldados que comandava e os «trocos» nem sempre agradáveis e justos dos civis que se acampavam e protegiam na parada (e menos boa opinião tinham sobre a tropa).
Os bons e generosos soldados sapadores de infantaria da CCS, comandava-os sem um exagero de autoridade. Tudo para que, tanto quanto se pudesse - e pôde... -, os civis se sentissem e fossem protegidos.
Quantas vidas terão sido poupadas nesses dias que adivinhavam tragédias e que os soldados de Portugal impediram com a coragem de heróis abnegados?! Dos que se dão, para salvar vidas, sem pedirem troco ou louvores!
Vivam os bravos sapadores da CCS do BCAV 8423!
- RIBEIRO. Jaime Rodrigues Picão Ribeiro, alferes miliciano sapador de infantaria, engenheiro mecânico, natural de Constância e residente no Tramagal.
3 comentários:
Lembrar os dias dificeis após o 31 de Maio, dia de aniversário da chegada do nosso Batalhão a Angola, é lembrar tambem não só o Engº Ribeiro ex alferes, que com firmeza e sabedoria, nos comandou nesse dia. Creio, se não me engano, que estáva de Oficial de Dia, e eu e os cabos da "sala de operações" Santos, Tomás e ??? peço desculpa não me lembro, fomos de imediato para a torre com acesso pela dita sala de operações. Azar o meu, nesse dia estava de "cabo de dia" e ao meio dia tive que vir à cidade trazer o "tacho" ao ex posto da PIDE-DGS. Foi muito dificil passar na estrada de acesso com uma Berliet e cerca de 20 homens com fogo cruzado. Isto são memórias de todos nós cada um à sua medida.
Todos os homens do pelotão de sapadores e do PEL-REC devem ser reconhecidos pelo seu espirito de, não só de combatentes como de trabalho. Lembro-me do furriel Pires e Musteias e os seus homens a construirem não só as casernas como as instalações sanitárias, junto ao parque auto e ao lado do refeitório. Sem duvida que era preciso melhorar as condições de vida no Quitexe e para isso todos nós usufruimos do sacrifício e dedicação destes homens. Obrigado.
José Alberto Alegria Martins de Almeida, agora que consegui lhe encontrar na internet gostaria que me escrevesse, aqui é Sydney Luck meu email é sydneyluck.@terra.com.br
um grande abraço!
Já mandei alguns emails que não foram encaminhados para alegria@mail.telepac.pt.
Enviar um comentário