Há daqueles casos em que a gente olha para as pessoas e só lhe apetece dizer bem delas: «Tipos porreiros, estes, pá!!!....».
Sobre os quatro desta foto, não há uma queixa! Quatro nossos companheiros do Quitexe e de Carmona: a coragem do alferes Garcia, a tranquilidade do alferes Ribeiro, a sabedoria do capitão médico Leal e a competência do tenente Mora. Tudo gente do alto!!!
O que venho aqui contar, hoje, tem a ver com o sacerdócio do dr. Leal: o PELREC escoltou-o algumas vezes, quando ele ia às sanzalas para consultas aos povos. Que paciência! Que dedicação! Que amado que ele era por aquela gente - que ele ascultava, medicava, aconselhava, sem um ai de queixa pelo tempo que demorava ou pelo constrangimento da sua missão médica!
Um dia, um dos mais velhos moradores de uma dessas sanzalas disse para mim que ia morrer, que não valia a pena ser consultado. Parecia, muito debilitado, sentado no chão e de corpo curvado para a frente, com a cara quase a beijar a terra vermelha da porta da palhota onde morava!
Arrepiei-me!! E pareço estar a ver a cara do homem, da barba branca e rala que o envelhecia ainda mais, da boca desdentada, do olhar a perder-se no céu avermelhado que caía sobre a floresta da Pedra Verde!
«Doutor, aquele alí diz que vai morrer...», sussurei, disfarçadamente, ao ouvido do dr. Leal.
Sorriu-se: «Já lá vou!....».
Auscultou-o, puxou da bolsa preta que levava, falou pausamente com ele, creio que usou alguns vocábulos indígenas, mandou-o tomar medicamentos que lhe deu! Ainda vi o velho da zanzala por mais algum tempo, nas outras vezes que por lá passei! Não sei quando morreu, mas não morreu daquela vez! Ao médico do corpo «casara-se» o psicólogo do ânimo e o sacerdote de almas! Assim me pareceu!! Era assim, o dr. Leal! Um SENHOR!
Sobre os quatro desta foto, não há uma queixa! Quatro nossos companheiros do Quitexe e de Carmona: a coragem do alferes Garcia, a tranquilidade do alferes Ribeiro, a sabedoria do capitão médico Leal e a competência do tenente Mora. Tudo gente do alto!!!
O que venho aqui contar, hoje, tem a ver com o sacerdócio do dr. Leal: o PELREC escoltou-o algumas vezes, quando ele ia às sanzalas para consultas aos povos. Que paciência! Que dedicação! Que amado que ele era por aquela gente - que ele ascultava, medicava, aconselhava, sem um ai de queixa pelo tempo que demorava ou pelo constrangimento da sua missão médica!
Um dia, um dos mais velhos moradores de uma dessas sanzalas disse para mim que ia morrer, que não valia a pena ser consultado. Parecia, muito debilitado, sentado no chão e de corpo curvado para a frente, com a cara quase a beijar a terra vermelha da porta da palhota onde morava!
Arrepiei-me!! E pareço estar a ver a cara do homem, da barba branca e rala que o envelhecia ainda mais, da boca desdentada, do olhar a perder-se no céu avermelhado que caía sobre a floresta da Pedra Verde!
«Doutor, aquele alí diz que vai morrer...», sussurei, disfarçadamente, ao ouvido do dr. Leal.
Sorriu-se: «Já lá vou!....».
Auscultou-o, puxou da bolsa preta que levava, falou pausamente com ele, creio que usou alguns vocábulos indígenas, mandou-o tomar medicamentos que lhe deu! Ainda vi o velho da zanzala por mais algum tempo, nas outras vezes que por lá passei! Não sei quando morreu, mas não morreu daquela vez! Ao médico do corpo «casara-se» o psicólogo do ânimo e o sacerdote de almas! Assim me pareceu!! Era assim, o dr. Leal! Um SENHOR!
- GARCIA. António Manuel Garcia, alferes miliciano de operações especiais, natural de Carrazeda de Ansiães (já falecido).
- RIBEIRO. Jaime Rodrigues Picão Ribeiro, alferes miliciano sapador, engenheiro mecânico e residente o Tramagal.
- LEAL: Manuel Soares Cipriano Leal, capitão miliciano-médico, residente em Fafe.
- LUZ. Acácio Carreira da Luz, tenente do SGE, residente na Marinha Grande.
5 comentários:
Aqui Ten.MilºInfª (na disponibilidade) Francisco Queirós.
Pertenci à C.Caç.3534 do B.Caç3879.
Estive em Zalala de Maio1972 a Junho1973. Ia ao Quitexe quando cabia ao meu Grupo de Combate (3ºGrupo - "Os gatos Negros") fazer a escolta ao "reab", ou ao Médico ou ao Padre.
Lembro-me perfeitamente do Cap. Milº Médico Leal.
Foi muito bom ter encontrado este vosso Blogue. É que passei uma boa parte desta madrugada "bisbilhotando" no Google os mapas e as vistas aéreas daqueles locais.
Também como muitos de vós "bebi água do Bengo" e fiquei apaixonado pelas terras e pelas gentes de Angola.
Aquele abraço
Francisco Queirós
francisco.queiroz@sapo.ao
Uma palavra para me juntar a tudo de bom que est´aqui escrito sobre o nosso Çapitão Médico Dr. Leal. Passámos muio tempo a conversar sobre a vida e, para além da sua dedicação a todos os que dele precisavam (civis e militares) era enorme a sua saudade da família ques estava na Metrópole.
Sobre a legenda do foto há uma gralha qundo se refere o nome Tenente Mosa em vez de Tenente Luz.
O dr. Leal deu-me uma receita para uma coisa que agora não digo que me safou em dois ou três dias. Era muito amgo do pessoal, eu gostava muito dele.
Estou a conhecê-los todos e não me lembrodo nome de nenhum, tenho pena disso mas eram tudo malta amiga...
Todos eles eram muito bons, embora não tenha ideia muito prócima do tenente Luz... que eram mais velho que todos nós, o dr. a genet conhecia muito bem para irmos à enfermaria buscar uns frasquinhos muito especiais... não é ó cavaleiro.
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