sábado, 1 de agosto de 2009

A limpeza geral e o feijão furado na cozinha..

Furriéis Viegas (junto ao padrão do BCAV 1917) e Neto (ao
do BCaç 3879) no jardim do Quitexe, a 18 de Fevereiro de 1975.
Clique, para ampliar a foto
Viegas e Neto (eu e o Xico), já aqui foi dito, somos ambos de Águeda - que foi sede da Escola Central de Sargentos (ECS), depois Instituto Superior Militar (ISM). Isso nada nos ajudou, bem pelo contrário, ao longo da comissão.
Chamando-nos de «judeus», tudo fizeram alguns superiores militares (por vezes com cúmplices que nem vale a pena lembrar...) para nos tramar. Só por sermos de Águeda, onde estava a Escola Central - «universidade» que levava sargentos a oficiais!
Um dia, fomos nomeados «à ordem»: o Neto como «inspector da limpeza»; eu, como o «asae» daquele tempo, para inspecionar os géneros alimentícios e o refeitório dos praças. Logo percebemos que era uma «habilidade» para nos tramar. Iriam aparecer queixas e lá teríamos de responder por elas! Por isso, preparámo-nos para o «combate».
O Xico Neto, rápido que nem um gamo, logo em dois ou três dias esgotou todo o material de limpeza: detergentes, lixívias, sabões!! O que aumentava os custos de gestão da CCS. Foi «despedido». Eu, mais lento nas de olho bem aberto, aguentei até ao dia em que, por ordem superior, se conformavam os cozinheiros em confeccionar feijão furado... Fui chamado por eles e mandei despejar o feijão furado. «Isso não se dá aos soldados...», argumentei, no fulgor da juventude que nos torna defensores de grandes causas.
O feijão foi despejado e eu «despedido». Que era o que eu queria!! Obviamente! Hei-de voltar a esta história, que tem alguma piada!
- JUDEUS. Epíteto dado aos naturais de Águeda. Os sargentos que passavam pela Escola Central tinham especial prazer em chamar judeus aos de Águeda, creio que para se «vingarem» das dificuldades académicas que por lá sentiam.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Viegas está junto ao obelisco do Bat. Cav 1917 e o Neto junto ao do Bat. Caç 3879 (meu, claro...).Tinha que defender a minha dama!
Também tenho fotos tiradas aí, mas só têm duas cores.
No meio militar, houve quem lhe chamasse o "jardim das almas penadas". As coisas que a malta inventava quando não tinha que fazer! Ou será que não era invenção mesmo?! Um dia destes vou tirar a história a limpo e logo direi!
Casal

Oliveira disse...

Fossem todos como estes, e era tudo melhor, eram gajos de raça, o roque e a amiga, sempre a dar-lhe...