BATALHÃO DE CAVALARIA 8423. Os Cavaleiros do Norte!!! Um espaço para informalmente falar de pessoas e estórias de um tempo em que se fez história. Aqui contando, de forma avulsa, algumas histórias de grupo de militares que foi a Angola fazer Abril e semear solidariedade e companheirismo! A partir do Quitexe, por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo! E outras terras do Uíge angolano, pátria de que todos ficámos apaixonados!
terça-feira, 21 de julho de 2009
Saudades das noites do Quitexe...
As noites do Quitexe foram sempre tempos de grandes animações. Fora dos tempos de serviço - ora interno, quantas vezes externo, pelas intermináveis e poeirentas picadas que nos levavam aos confins de destinos que foram de medos e quase se tornaram familiares.
Acabada a janta, na sala de recatos e fomes que era a da messe de sargentos, a gente ficava por ali na tagarelice, a mal dizer e bem dizer da vida, como se o amanhã fosse de grandes dúvidas - quando, afinal, era de sonhos!
Assunto do dia - quero dizer, da noite... - sempre para além de uma boa suecada, as inevitáveis nocais, cucas , ou ekas, ou brandys, bagaços ou wiskys para os mais golosos de álcool... - eram as saudades que nos adormeciam a alma por vezes muito mais que as saídas pelas picadas de pó, os trilhos de suspeições ou as matas de segredos que nos escondiam do mundo.
Havia quem jogasse à lerpa, a dinheiro! Não era o meu caso! Eu ia mais, nos «ósdespois»..., para uns passeios de rua, cacimbando o camuflado numa ida ao Rocha, ao Morais, ao Pacheco, pela rua de cima e passando ao lado do Clube, nem aqui vou dizer se também a alguma sanzala das fronteiras mais próximas do Quitexe. Coisas de garotos e de desejos que o bom recato de hoje não deixa contar!
Adorava as noites aluaradas e quentes, ouvindo-se na distância um ou outro uivo de um qualquer animal das matas do longe do nosso olhar - as mesmas por onde palmilhávamos patrulhas e operações militares, quando alvorecia e as estendíamos nos suores diurnos do calor africano.
As noites eram desnudadas, misteriosas, eram ardentes... diriam noites sensuais. Tudo isto me fez ser um quitexano de coração. Como toda a esta boa gente hoje se desfralda na janela deste blogue contando(-me) as saudades do Quitexe!
Hoje, falei com o Neto, o Rocha, o Moreira (enfermeiro), o Grácio (que tantas vezes nos desenfiou Monks, grades de cerveja e outras gulodices bebíveis do respectivo depósito...). Ontem, o Pires, o de Bragança... E emailou-me o Monteiro (Gasolinas...).
Cá para mim, ou muito me engano ou um destes dias ainda vamos estar por aí aos tiros às saudades e a parir da gravidez de camaradagem que se fez pelo Quitexe... - Ai vamos, vamos!!!...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Lindo, lindo, lindo...
Quem nos dera voltar a esse tempo!
Pois é, ó Santos, quem nos dera voltara a esse tempo!! Ó tempo, volta para trás, dá tudo o que eu perdi...
As ruas da minha terra, que saudades eu tenho de por ali andar, era criança, lembro-me muito bem, morro de saudades.
Enviar um comentário