A sossegada Casa das Transmissões estava agitada, lá se passando alguma coisa de incomum. Uma mistura de risos mal disfarçados, sussurros e incontidas gargalhadas, vestiam um mistério. Cá para mim, os rádiomontadores andavam a preparar alguma! Andavam felizes!
Depois de uma passeata já um pouco tardia e uma fugaz conversa com o Alves, junto à enfermaria, achei serem horas de cama. À entrada, quase fui “barrado” pelo Nunes, olhando-me enigmático e de faces um tanto afogueadas! Dos fundos, soavam risos e gritinhos estridentes, típicos dos jogos da cabra-cega e que me guiaram até à casa de banho.
Ao abrir a porta, deparei com uma maravilha da natureza! Uma mulher no chuveiro dos “Rápidos e Audazes”?! Esguia, escultural e, porque não dizer, bela, insinuando-se em passos provocantes, dirigiu-se à varanda que dava acesso ao quarto. Caramba, era a linda Joana da sanzala! Rapariga que alvoroçava corações e que, com o seu olhar doce, fazia vacilar os mais duros. Sabia eu que andava perdida de paixões por um soldado rádiomontador, a quem não poupava elogios e ternamente apelidava de “loirinho bonito”! Nestes termos me perguntava ansiosamente por ele. E o rapaz, voluntário e no apogeu dos seus 20 anos, sedento de loucuras fogosas, entrava no enleio típico de colegiais namorados.
Ao Nunes, não restava outra opção que não fosse sair do quarto! Casado, era um exemplo de rectidão. A sua mente jamais albergaria pensamentos (?) e actos pecaminosos! O furriel Teixeira, sargento-de-dia, como de costume lá foi à casa, em busca de dois dedos de conversa. E também, talvez, dos momentos de boa disposição que ultimamente lhe fugiam! Ex-seminarista, corava intensamente perante uma conversa mais ousada. Ao aperceber-se do acalorado ambiente que reinava, aflito..., temeu ver-se envolvido. Serenamente, apenas em nome da amizade, apelou ao bom senso e de imediato tudo voltou à normalidade. Somou 1+1 e, em tom de acusação, quase afirmou não ser a primeira vez! Será que ele tinha razão? Agora, à distância de tantos anos posso dizer que sim!
Entretanto, esguiamente e envoltas em sorrisos maliciosos, lá saíram bamboleando os corpos curvilíneos! Digo “saíram” porque, além da Joana e para espanto dos presentes, saía também a Maria, sua amiga e igualmente vistosa e linda! Os protagonistas, cujos nomes não “lembro”, optaram pelo recolhimento. Naquela noite, ter-se-ão vendido muitas convencionais palavras, quiçá de amor, que apenas serviriam para o embalo do momento!
Depois de uma passeata já um pouco tardia e uma fugaz conversa com o Alves, junto à enfermaria, achei serem horas de cama. À entrada, quase fui “barrado” pelo Nunes, olhando-me enigmático e de faces um tanto afogueadas! Dos fundos, soavam risos e gritinhos estridentes, típicos dos jogos da cabra-cega e que me guiaram até à casa de banho.
Ao abrir a porta, deparei com uma maravilha da natureza! Uma mulher no chuveiro dos “Rápidos e Audazes”?! Esguia, escultural e, porque não dizer, bela, insinuando-se em passos provocantes, dirigiu-se à varanda que dava acesso ao quarto. Caramba, era a linda Joana da sanzala! Rapariga que alvoroçava corações e que, com o seu olhar doce, fazia vacilar os mais duros. Sabia eu que andava perdida de paixões por um soldado rádiomontador, a quem não poupava elogios e ternamente apelidava de “loirinho bonito”! Nestes termos me perguntava ansiosamente por ele. E o rapaz, voluntário e no apogeu dos seus 20 anos, sedento de loucuras fogosas, entrava no enleio típico de colegiais namorados.
Ao Nunes, não restava outra opção que não fosse sair do quarto! Casado, era um exemplo de rectidão. A sua mente jamais albergaria pensamentos (?) e actos pecaminosos! O furriel Teixeira, sargento-de-dia, como de costume lá foi à casa, em busca de dois dedos de conversa. E também, talvez, dos momentos de boa disposição que ultimamente lhe fugiam! Ex-seminarista, corava intensamente perante uma conversa mais ousada. Ao aperceber-se do acalorado ambiente que reinava, aflito..., temeu ver-se envolvido. Serenamente, apenas em nome da amizade, apelou ao bom senso e de imediato tudo voltou à normalidade. Somou 1+1 e, em tom de acusação, quase afirmou não ser a primeira vez! Será que ele tinha razão? Agora, à distância de tantos anos posso dizer que sim!
Entretanto, esguiamente e envoltas em sorrisos maliciosos, lá saíram bamboleando os corpos curvilíneos! Digo “saíram” porque, além da Joana e para espanto dos presentes, saía também a Maria, sua amiga e igualmente vistosa e linda! Os protagonistas, cujos nomes não “lembro”, optaram pelo recolhimento. Naquela noite, ter-se-ão vendido muitas convencionais palavras, quiçá de amor, que apenas serviriam para o embalo do momento!
ANTÓNIO CASAL
5 comentários:
Quero dizer que é muito interessante e agradável recordar estas histórias que os senhores andam a contar da V/ comissão, fiz a tropa em Angola noutros locais mas por vezes até tenho a ideia de que estou a ler coisas que se passaram no meu batalhão, em finais dos anos 60.
Luís Eduardo
Ligou-me ontem à noite um amigo que partilhou comigo as andanças do Quitexe. E não é que ele tem andado com olho clínico a ler os textos deste blog?! E não é que ficou admirado com a minha falta de memória?! E eu a pensar que o pessoal estava desatento e não ligava patavina a isto! Com que então os meus 59 anos roubaram-me a memória! Fiquei preocupado e a pensar se ele teria ou não razão!
A omissão de alguns pormenores importantes daquelas noites culturais, eram a prova disso.
Recuando aos tempos de exames escolares, pedi-lhe que fizesse o papel de examinador e botei discurso. Tintim por tintim atirei cá para fora tudo o que sabia. Os dias, as horas, os diálogos, as palavras, quem disse o quê, as expressões e até a imitaçaõ das vozes de cada um! Aguentou quase dez minutos em silêncio, como eu lhe pedi, sem uma interrupção. «P...a, mas tu fizeste algum registo dessa m....a toda?! Já não me lembrava nem da terça parte!...» disse com voz de quem puxa pela memória!
Perguntei se queria uma nova versão e completa, ou em alternativa uma outra história passada naquele primeiro sábado de Março de 1973! Do outro lado respondeu gargalhando: «Não pá,tá bom assim!...». Pois, logo vi...convenhamos que sim!...
Confesso ter ficado mais descansado pela aprovação no teste da memória. Mas esta vai ser ainda mais exercitada num outro teste, dentro de dias e à mesa. Assim ficou combinado e assim será. Agora reformado, já não olhará tanto para o relógio e a conversa deverá ser longa, ao jeito do que eu gosto.
A. Casal
A malta tinha a mania que levava as pretas todas e às vezes era verdade...
Algumas....
Algumas e bem boas...
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