sexta-feira, 10 de julho de 2009

Amores nascidos na terra angolana do Quitexe...

Jardim do Quitexe (em cima) e 1º. Cabo Alfredo Coelho (o Buraquinho, ao lado)


Fala-se tanto aqui de paixão pelo Quitexe, blá, blá, blá... que hoje não hesito em trazer aqui uma verdadeira história de amor, história nascida e desemvolvida em ninhos de sonhos e cios quitexanos.
O Alfredo era cabo analista de depósitos de águas, uma estranha (!) especialidade militar, e logo por isto um curioso caso entre a tropa. Analista de depósitos de águas?! Mas o que é isso? Bom, o bom do Alfredo passava ao lado dessa nossa «azia» e fazia enfermagens e massajava alguns quadros militares, com dores de artrites e reumatismos! Era jovem como nós e rapaz de irascibilidades várias, inquieto, palavroso e de comportamento algo ousado para os meus hábitos e gostos. Com ele tive o único caso disciplinar de todo o meu tempo de Angola - por razões que agora não são chamadas. Mas ficámos amigos! O que chamo é a sua história de amor com uma angolana do sul, de pele cor de ébano e com o meu apelido - a jovem e bonita Viegas!
Apaixonou-se o Alfredo, coisa que seria a mais natural do mundo mas que aos ares do Quitexe militar nos fazia sorrir imenso e em ar até de troça, por ser ele quem era (irreverente e quem nós nunca veríamos a dizer sim no altar...) e por ser amada uma mulher de cor diferente. O Alfredo, quisesse ou não quisesse, gostasse ou não gostasse, lá se sujeitou à brejeirice dos nossos comentários e malícias, a ácidos e jocosos delírios opinativos - embora nunca provocadores e muito menos redutores do nosso respeito e companheirismo.
Bom, para abreviar a história, levou-a ele ao altar, já por cá, e jurou-lhe amor eterno! São hoje pais de uma psicóloga, no Porto, e de um adolescente de 16 anos, estudante. Falei com ele há dias e não vos vou roubar deste prazer: continua apaixonado!!! Disse-me, feliz: «É a minha mulher, pá!... Ó Viegas, nunca me esqueço de ti, pois tens o mesmo apelido da minha mulher!...». E a voz dele até parecia saber a açúcar derretido!
Querem paixão mais consolidada, 34 anos depois?!
E sabem quem era este Alfredo? Quem?!
Eu digo, esperem lá: era o Buraquinho, que ali mal se vê na (má) foto que dele consegui localizar no meu álbum d´Angola!
- ALFREDO. Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho, o Buraquinho, 1º. cabo analista de depósitos de água. Tem um café em Custóias, no Largo António Sérgio

4 comentários:

SANTOS disse...

O Buraquinjo, o fabuloso Buraquinho... como me lembro eu agira dele.
Viegas, fez muito bem o lembrar, o homem era um espectáculo, lembro-me a história da namorada dele e fico contente por saber que são felizes...

ZÉ DO QUITEXE disse...

Meus amigos, eu fui militar em Angola nessa zona e fiquei lá algum tempo a trabalhar, lembro-e dos srs. Guedes, Morais, Dias, a Carla, a Gena, o padre Albino Capela, o Orlando e desejo que todos estejam bem de saúde, assim como eu estou.

Anónimo disse...

Obrigado Por ser Relembrado e amado por todos vocês.

Vosso Amigo Alfredo Coelho
(buraquinho)

Rodolfo Tomás disse...

O "buraquinho" salvou-me de um grave ataque de malária (paludismo). Foram só 29 dias na enfermaria. Mas, na altura, pregou-me um grande susto, quando vejo ele a entrar na enfermaria, em Carmona, com tres seringas nas mãos. Obrigado "buraquinho" hoje devo-te creio que a minha vida. Grande e forte abraço para ti do Tomás-radiomontador