domingo, 11 de setembro de 2011

1 001 - Dever cumprido e saudade dos que partiram

CCS dos Cavaleiros do Norte no Encontro de Setembro de 2009 (Águeda)


Quem foi Cavaleiro do Norte e em Angola, vestiu a farda de Portugal, para a missão que recebeu e cumpriu, só pode sentir-se honrado e orgulhoso. Não fomos dos que fugiram e agora são heróis, mas dos que, sem recuar a desafios, medos e perigos, deram o corpo e a alma pela defesa de um projecto que afirmou a Nação Portuguesa. E nos fez mais homens, mais maduros e solidários, mais portugueses.
A nossa consciência é, obviamente, muito para além da de dever cumprido. «O dever que nos solicitaram e que nem sempre foi fácil de cumprir», como leio no Livro da Unidade. Assim foi.
Estes já tantos anos passados, que nos trouxeram à (provecta!) idade quase sexagenária - eu, querendo fazer graça, costumo dizer se-xI-ge-ná ri o!!! -, são tempo mais que suficiente para a fria e desapaixonada leitura do que foi a nossa jornada angolana. E nunca ouvi dúvidas de alguém, do colectivo que faz os Cavaleiros do Norte de hoje: todos sentem a alegria e a honra, o orgulho, de terem feito parte de um tempo único das histórias de Portugal e de Angola. Único e irrepetível! Valeu a pena!
O Livro da Unidade, reflectindo em Setembro de 1975, sobre a missão do BCAV. 8423, afirma que existe «a certeza do dever cumprido».
Não tenho dúvidas.
Na verdade, entre os momentos de euforia e de glória, de lenda!, e outros menos bons, quiçá vésperas de tragédias, há um espaço e um fôlego que nos fez maiores e actores de um momento que todo o mundo livre viu. E aplaudiu! Aplaudiu o «parto» da nova nação e o desprendimento da nação-mãe e irmã e dos seus homens (nós e muitos outros!), que deixaram famílias, namoradas, mulheres, filhos e amigos e em Angola fizeram o casamento da liberdade com a independência.
Este momento, 36 anos depois, é de alegria. E de saudade pelos companheiros que, nesta caminhada que nos traz já desde 1975, já nos deixaram e não podem comungar o nosso abraço. Prestamos-lhe a nossa continência!

1 comentário:

Anónimo disse...

... E aqui, como em qualquer circunstância das nossas vidas, quando temos a noção do dever cumprido, não nos devem restar quaisquer dúvidas.
Outros as poderão ter, dúvidas, claro.
Mas "esses outros" andam por aí ou estão de abalada, sempre lustrosos, aparentemente bem de vida, pudera!, impantes , olhando sempre por cima do ombro do vizinho, vizinho esse que, muitas vezes, não lhe conhece ou conheceu qualquer actividade profissional, a não ser aquela que, hodiernamente cada vez mais, é a mais apetecível e pelos vistos muito lucrativa.
E nós, ex-combatentes, apesar de sermos quase todos sexagenários, ainda vamos jornadeando, para gáudio "desses outros", salvo raras excepções, que mais não têm feito senão, de uma forma ou outra, vilipendiar o passado e a memória daqueles que juraram defender a PÁTRIA, e o fizeram, mesmo com o risco da própria vida e muitos com sequelas de vária ordem que se mantêm ao longo da vida.
E o resultado do caminho por onde esses "doutos" e seus apêndices nos têm levado, está à vista.
Ignoremos mas não esqueçamos os covardes.

A todos os ex-combatentes e suas famílias um abraço de solidariedade.

GUEDES
(Ex-Fur 2ª Cª/BCAV 8423)