Foto do alferes Jaime Ribeiro. Clicar, para a ampliar
O Quitexe de 1974 era assim, tranquilo, em desenvolvimento, essencialmente vivendo da produção de café, nas dezenas e dezenas de fazendas que se estendiam a perder de vista, pelos municípios vizinhos.
Alguns pelotões e companhias ficavam mesmo o instaladas em fazendas, delas partindo em operações e patrulhamentos que garantiam a segurança na região. A tropa, para além disso, ocupava-se da protecção às brigadas da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA). Por estes dias de Agosto de 1974, andámos, os da CCS, «ocupados» com o arranho das «estradas» para Camabatela e Fazenda Luísa Maria e outras companhias para Zalala e Liberato, enquanto se prosseguia o arranjo da chamada estrada do café, em asfalto - que ligava Carmona a Luanda, na zona da Ponte do Dange.
Outro objectivo essencial era assegurar a segurança dos centros urbanos e a liberdade de tráfego. As informações não nos chegavam com p pormenor que nós gostaríamos (os menos graduados...) mas era visível a preocupação das chefias militares, por causa da transição que se «operava» com alguns «trambolhões» pelo meio. Havia desconfianças. Já iam quatro meses depois de Abril em Lisboa, mas havia a nossa convicção de que, pelas matas dos Dembos e do Uíge, se ignoravam as novas orientações políticas do governo português e, portanto, poderiam continuar acções militares.
Precavidamente, reuniu várias vezes a Comissão Local de Contra-Subversão (suponho ser este o nome) e multiplicaram-se as visitas a fazendas e povos da zona de acção. Principalmente, para assegurar o funcionamento das actividades económicas da região e o apoio médico e sanitário. O café, as fazendas, as pessoas e a saúde eram prioridades em Agosto de 1974. Sem esquecer as regras militares operacionaos e de segurança.
2 comentários:
Estive de férias neste mês e passei-as entre Carmona e Luanda, para onde fui à boleia. Foram tenpos maravilhosos embora complicados, mas que sempre recordamos com saudade.
Esta Avenida tem uma história muito interessante na noite de S. João dia 23 para 24-6-74 estavamos a passear eu o Pais o Silva o furriel Cruz o alferes Hermida e o Tenente Mora. Estavamos no Quitexe à cerca de 18 dias e cheios de saudade pela perda da noite de S.João e a dado momento diz o tenente Mora "meu alferes não acha que fiz bem! mandei queimar estes pneus velhos para dar aos rapazes a alegria da noite de S.João, ao qual o alferes Hermida respondeu sem dúvida meu tenente foi uma ideia brilhante, (charlie hotel india charlie oscar). Este era o alfabeto das transmissões. O tenente refletindo um pouco virou-se para trás e começou a soletrar (charlie hotel india charlie oscar) as iniciais queriam dizer "CHICO". Muito sorridente, e pensando que ninguem tinha percebido, comprimentou o alferes Hermida e afastou-se dizendo (boas festas e boa noite). Mas que recordações!...
Enviar um comentário