Modelo de aerograma usado na correspondência dos militares
RODOLFO TOMÁS
Texto
(1º. cabo rádio-montador)
Estávamos no dia 5 de Junho de 1974, tínhamos acabado de chegar ao Quitexe seriam mais ou menos 5 menos dez da tarde, pois logo a seguir, mandaram-me ficar em sentido, porque estava a ser arreada a bandeira.
Até aqui tudo bem, mas eram passadas apenas duas horas já eu estava a ser procurado para ir buscar o correio no dia seguinte. Lembrei-me do Raul Solnado e da sua ida à guerra. Eram precisas balas para a G3 e eu não tinha. Fui então ter com o (ex-alferes) Hermida para me dar instruções e fornecer as munições que eu não tinha. Depois de as obter, no outro dia, lá fui para Carmona buscar o correio, tão esperado por todos.
Até aqui tudo bem, mas eram passadas apenas duas horas já eu estava a ser procurado para ir buscar o correio no dia seguinte. Lembrei-me do Raul Solnado e da sua ida à guerra. Eram precisas balas para a G3 e eu não tinha. Fui então ter com o (ex-alferes) Hermida para me dar instruções e fornecer as munições que eu não tinha. Depois de as obter, no outro dia, lá fui para Carmona buscar o correio, tão esperado por todos.
Um belo dia, e peço desculpa de não me lembrar dos nomes dos companheiros que iam comigo, íamos nas muitas curvas entre o Quitexe e Carmona, quando de repente apareceu um carneiro na estrada. O condutor fez travão a fundo e lá foram todos atrás do animal - menos eu, que fiquei na Mercedes de taipais, de G3 em punho e para o que desse e viesse. O problema era chegar a Carmona sem que ninguém desse pelo carneiro, que foi escondido debaixo do banco e a balir: méééé!!!....
Quem se lembra o posto de correio em Carmona, era junto ao BC 12. Tivemos que deixar a viatura longe para não se ouvirem os constantes méééés do carneiro. Mas se a situação piorou, foi no regresso ao Quitexe. Quando chegámos, parecia que vínhamos todos com os copos, cantando em altos berros e não só. Não parámos, fomos directos ao refeitório para descarregar a preciosa carga e os nossos companheiros todos a correr atrás de nós para receber o seu aerograma, os que recebiam. É claro que, nessa noite e às escondidas, houve "tacho melhorado".
Por isso digo: saudades do Quitexe e de todos os colegas. Um grande abraço para todos.
Por isso digo: saudades do Quitexe e de todos os colegas. Um grande abraço para todos.
RODOLFO TOMÁS
5 comentários:
Eram os bate-estradas, esrevi centenas deles mas não recebi quantos eu esperava, embora tenha recebido muitos, a chegada do correio era o melhor momemto d dia.
Agora a olhar para o aerograam deu-me uma comoção...
Anda guardo os aerogramas que recebi no Quitexe e em Carmona e delicio-me a lê-los.
Também escrevi e recebi centenas de bate-estradas e até me arrepiava quando recebia os da minha namorada, agora a minha mulher. se fosse agora era tudo de telemóvel e email.
Como todos os camaradas se lembram o aerograma tinha expresso no seu exterior - É PROIBIDO INCLUIR QUALQUER OBJECTO OU DOCUMENTO.
Um dia o Furriel Barata do 1º Pelotão da 1ª Companhia de Zalala, envia um aerograma para o Puto e escreve no exterior. CONTÉM UMA BOTA DA TROPA. Qual não foi o seu e o nosso espanto, ao ver o mesmo ser devolvido, pelos serviços do SPM, com a indicação para retirar o objeto. Bons momentos do BAC 8423,Furriel Rodrigues. 1- Abraço Viegas
Caro Rodrigues:
Bem vindo ao Clube dos Cavaleiros do Norte.
Essa da bota no aerograma é deliciosa. Ainda bem que temos estas coisas bonitas para recordar
Agora, fico à espera de mais "notícias" de Zalala.
Abraço
C. Viegas
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