Nomes, sobrenomes e apelidos de toda as «raças» encheram endereços dos aerogramas
O Batalhão de Cavalaria 8423 era heterogéneo. Bastante e em várias áreas. Por exemplo, nos sobrenomes e apelidos. Tinhamos um oficial Falcão que era Montenegro e um Picão que era Ribeiro, um Lains que era Santos(s), um Romeira (que era Pinto e Cruz) e dois Oliveiras, um Machado e um Periquito. Até um Capela e um Domingos!! E havia ainda o Leite!!! Um Cunha que era Mora e um Aragão que era Hermida!!! E, para acabar, um Luz que andava à Carreira. Para nos alumiar bem! Ah e um Leal, por acaso médico, assim como Honório, o de Campos. E um Pedro que era da... Rosa.
O comandante era Brito e... Almeida. Como o alferes, o Alegria! Alferes era também o João... Curral
Sargentos, não eram muitos mas bem predicados: havia um Leite que era Machado, um Joaquim que era do Aires, um Claudino que era Luzia, um Unas que era Barata e um Fialho que era Panasco. Chiça! Para que tudo fosse bem orientado, havia um Norte e um Marchã, para o que desse e viesse!
Cruz(es) era o que não faltava: um capitão, um alferes e dois furriéis! E lá nos ajudaram eles no calvário da comissão africana de Angola!
E Dias?! Tão longos dias por lá passámos, a riscá-los no calendário: um capitão e três furriéis de último apelido, porque havia mais.
A furrielada tinha por lá outros apelidos de se lhe tirar o chapéu: Um Carita que era Morais, um Brogueira... Dias, um Dias da... Cruz, um Machado que era Manuel e um Nelson que era dos Remédios (o Rocha). E o Bento? O Bento era Francisco. E o Neto? Tinha avós e era também Francisco, mas José. E o Mosteias? Era Ramalho. Todos na CCS.
Hoje, ficamos pela CCS, companhia que tinha ainda dois Pires que não eram de servir café, mas eram a bonomia em pessoa: um Cândido (o Candinho do Montijo) e um Santo(s) - o de Bragança. Querem mais? Olhem-me um Loio (o Farinhas) e um Verdelho (o Lopes). E nomes de árvores e plantas, para fechar: um Oliveira (o capitão), um Pereira (o Fonseca) e um Pinheiro (o Viegas), um Silva (o Rocha) e até um Ramalho (o Mosteias). Só falta falar no Monteiro, que era Guedes! E do Garcia, que era alferes. Ah e o Carita de Morais ali de Cima, também era Ribeirinho. Para nos secar as mágoas da sauade!
2 comentários:
Só de ti Camarada Viegas, quantas horas de pesquisa e coordenação. bem haja o teu esforço para relembrar os tempos maus da jornada Angolana, recordada, no sofá destes nomes que mencionas. Obrigado. Não percas a pedalada. 1 Forte Abraço -Rodrigues
Só mesmo tu, ó Viegas...
Eu lá fazia ideia de estes apelidos existirem, olha-me lá a trabalheira que tiveste.
Estou como o Rodrigues, não percas a pedalada...
J. Silva
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