Viegas e Neto no jardim público do Quitexe, em 1974. Em baixo,
a ordem de serviço com a «marcha» para férias
A 31 de Outubtro de 1974, por esta hora do Quitexe, já o Chico Neto tinha as malas feitas, para o voo intercontinental que ao outro o traria de férias e ao afago e aos abraços da família, dos amigos e a mais qualquer coisa da Ni. «Eh pá, traz lá os rojões e os chouriços da minha mãe», era a minha recomendação repetida, não fosse ele esquecer-se de tal missão e, depois, ficar eu por lá a xuxar no dedo e amuado, pela ausência dos sabores maternos. E já que não podia ser um escoadinho, ou um bacalhau com couves ou grelos, que de cá fossem umas latinhas bem fechadas e cheias dos ditos preparos de porco.
As nossas mães não se conheciam, mas com os filhos a peregrinar na guerra d´Angola, passaram a encontrar-se na praça de Águeda, onde a minha ia vender as suas hortaliças e animais de capoeira (para acautelar a economia doméstica) e a dele fazer compras.
A janta de há 37 anos, inevitavelmente, foi no Pacheco, mesmo em frente à casa da avenida que nos servia de ninho, e onde uma senhora de cor (suponho que tendo alguma coisa a ver com a propriedade do dito) preparava manjares de abrir a boca de apetites.
Lá veio o pratinho de camarão, mais outro e se calhar outro, com umas canecas de cerveja, enquanto o bife com ovo a cavalo se condimentava na cozinha. Até parece que lhe estou a tomar o sabor. Tenho a ideia de que ainda fomos ao Rocha e chegámo-nos ao bar de sargentos, onde o Neto foi amaciar a despedida com uns Porto´s e uns brandys Vital ou Macieira. E por láestava o Rocha, que com ele vionha até Lisboa!
Faz hoje 37 anos!!!
- ORDEM. Ordem de serviço
com a «saída» do Neto e
do Rocha, de férias. Clicar na
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