Contratados para a apanha do café (foto da net)
Os meados de Outubro de 1974, pela grande zona produtora cafeeira do Uíge angolano, foram tempo de medos, da parte dos trabalhadores rurais, constantemente ameaçados por gente que se fazia novo dono do poder.
Ou deixavam de colaborar com os fazendeiros (europeus), ou sofriam represálias.
O Livro da Unidade, reportando este mês, dá conta da «grande preocupação dos fazendeiros» e à fuga do pessoal dirigente das fazendas, por «julgar que a sua presença não tem justificação e até não será aceite no futuro». O livro diz mais: diz que «há provas absolutas que é a FNLA que impõe a saída dos trabalhadores rurrais, sob coação de morte, se tal não fizerem».
A maioria dos trabalhadores eram da raça bailunda, oriundos da zona central de Angola, gente humilde trabalhadora, pacífica, diria que fiel á soberania portuguesa. «O exôdo ds trabalhadores rurais teve elevando incremento no período, provocando o fecho de algumas fazendas, nomeadamente nas cordas de Zalala e do Canzundo, e bem assim na zona de Vista Alegre e, em muitas outras, provocando a paragem da laboração», sublinha o LIvro da Unidade.
A situação não era ainda tão dramática, por ser a partir de Janeiro a época das colheitas, o que poderia vir a constrangir, seriamente, a economia local. Assim viria a ser, salvo muito poucas excepções. Muitos dos bailundos que regressaram às suas terras, não voltaram - e a perspectiva de caos económico regional estender-se-ia a Angola, «em elevado grau», como se lê no Livro de Unidade.
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