Vista aérea de Lucunga, nos anos 70 (foto de blog da CCART. 3451)
A 23 de Setembro de 1974, dois grupos de combate da 3ª. CAV. 8423 «abandonaram» a Fazenda de Santa Isabel, deslocando-se um para a Fazenda Além-Lucunga, outro para Quipedro. Tal acontecia no âmbito da rotação aprovada pelo Comando da ZMN e iam reforçar a área do BC12, instalado em Carmona. Os grupos voltaram a Santa Isabel, a 8 de Novembro do mesmo ano.
A finais de Outubro, era cada vez mais iminente a remodelação de todo o dispositivo dos Cavaleiros do Norte e, por isso, repetiam-se reuniões na ZMN. A CCAÇ. 4145, até aí em Vista Alegre, iria mudar-se para o Comando de Sector de Luanda. A CAÇ. 209, a do Liberato, regressaria ao RI 21, a sua unidade de origem. As duas companhias estavam associadas ao BCAV. 8423 desde Junho desse ano, quando chegou ao Quitexe.
O Neto, meu conterrâneo de Águeda, contemporâneo de escola e companheiro «Ranger» de quarto, de companhia e de batalhão, preparava a mala de saudades para as férias do Portugal Europeu - onde o esperavam a família e a «mais que tudo» Ni Santos.
A 23 de Outubro de 1974, hoje se completam 37 anos, exibiu-se no Clube Recreativo do Quitexe (CRQ) o filme sobre a vida de Eusébio - que rodara em toda a zona de acção do batalhão, desde o dia 10 e no âmbito das actividades de acção psicológica junto das tropas. A 29, foi exibido para a população civil. Os cuidados técnicos da passagem da fita estavam ao cuidado do 1º. cabo Rodolfo Tomás - que também apoiava o CRQ, sempre que era preciso.
2 comentários:
Eu também lá estive! Lembro-me das muitas dificuldades e do pouco que já podíamos fazer. O nosso Batalhão foi para Angola pouco depois do 25 de Abril de 1974. E depois de nós quantos mais foram......? Não vou falar da "guerra", nem da "descolonização"......mas que passámos muitas dificuldades não haja dúvidas para ninguém!
Fizemos o que nos permitiram,.......porque naquela altura a missão não seria a mesma daquela que tiveram os camaradas que nos antecederam,......
Evitámos muito derramamento de sangue!
Carlos Silva
Lembro que quem rodava as fitas era o Senhor Filipe. Homem bom, simpático, muito simples, cabelos brancos pele enrogada e muito negra da cor do carvão. A sua idade já não ajudava muito para pegar do chão as bobinas dos filmes. Foi depois de algumas reparações no som e na máquina de projetar, da marca "Philips", que o pai da "DUSOL", creio chamar-se sr. Silva, não tenho a certeza, me (convidou) pediu para ajudar a projetar os filmes pois a máquina precisava de manuseamento constante devido à sua antiguidade e assim aconteceu. À vez cada um, pagavamos as cervejas que bebiamos (uma cada um). Depois era velo sentado de bruços sobre uma mesa a dormir uma soneca enquanto eu rodava o filme pois sabia e via os meus colegas de qualquer patente, desde o "básico" até ao nosso Comandante e que todos PAGAVAM bilhete, mais satisfeitos porque não havia tantas falhas, principalmente técnicas de som e luz. O sr. Filipe acordava sempre no intervalo quando se acendiam as luzes. Que grandes e bons filmes por lá passaram. Como por ex. EUSÉBIO entre muitos outros. Mas que saudades...
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