Aeroporto de Carmona! Por aqui passámos a 3 de Agosto de 1975, no adeus ao Uíge
Hoje se completam 36 anos que a CCS do BCAV. 8423 deixou Carmona, em vários voos para Luanda. O dia, em 1975, era domingo e as vésperas, vésperas de largos dias, foram de montagem da delicada operação de retirada de toda a guarnição militar.
Relizaram-se várias reuniões com o QG/RMA, para «obter os meios necessários à sua execução» e a sua materialização aconteceu a partir de 31 de Julho - com «a chegada de viaturas e tropas de recurso». Nada mais, nada menos: uma Companhia de Comandos e uma Companhia de Páraquedistas. E meios aéreos, para apoio à coluna terrestre: Fiats e heli-canhões de protecção. Para o que desse e viesse.
Na verdade, era falada a intenção de a FNLA se opôr à saída das FAP de Carmona para Luanda, que era a mesma coisa que dizer, de território controlado por este movimento (liderado por Holden Roberto), para área do MPLA. E sabia-se também dos graves conflitos que se viviam em Salazar - por onde a coluna iria passar. E estava fresca a memória sobre os impedimentos de 13 e 21 de Julho - quando a FNLA não quis que a coluna militar portuguesa evoluísse para Luanda. Só passaria a 25, à força. E pelas armas seria, caso a situação a tal se proporcionasse.
Hoje, neste dia de 1975, a CCS e a 1ª. CCAV. (a Zalala) disseram adeus a Carmona. De avião: em duas levas de um DC6 e dois Nord´Atlas.
Ficaram, em terras do Uíge, a 2ª. CCAV. (a de Aldeia Viçosa) e a 3ª. CCAV´s (de Santa Isabel), que integrariam a épica coluna que saiu na madrugada de 4 de Agosto de 1975.
1 comentário:
Tive uma experiência neste local que eu diria quase única. Só conto agora, porque só a esta distância no tempo (36 anos), tenho finalmente a noção do perigo e da temeridade cometida. Fui destacado, em conjunto com outros colegas, para fazer segurança noturna ao aeroporto de Carmona. Nesse tempo fumava(!), e não é que eu andei a passear pela pista e a fumar com os projetores apontados à pista? Fui sem duvida um alvo fácil mas felizmente sem consequências. Quantos de nós não cometeu erros de "palmatória". Apesar de tudo tivemos muita sorte, com erros flagrantes e imperdoáveis. Caçádas noturnas, passeios de mota até Carmona, isto tudo de noite e desenfiados, sem ninguem saber?... Felizmente ainda está muita gente por cá para contar em primeira mão como fizeram tais aventuras. Saudades... eramos mais novos.
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