A epopeica coluna militar do BCAV. 8423 chegou ao Campo Militar do Grafanil no dia 6 de Agosto de 1975 (ver DAQUI a AQUI), fez ontem 36 anos. Tinha saído na madrugada do dia 4, uma 2ª. feira, e esta chegada foi emotiva para todos.
A CCS, mais afortunada quanto ao meio de transporte (de avião, no dia 3, domingo), tinha preparado as instalações para os valentes e generosos companheiros da 2ª. e da 3ª. CCAV´s (e alguns militares da CCS). Instalações no Grafanil, achadas em mau estado: sujas, dessanitarizadas, imundas. E bem mereciam eles que estivesse limpas, para o justificado descanso. Assim fizemos.
Eu, o Monteiro e o Neto, por influência deste, tínhamos a sorte de estar instalados numa vivenda particular, em Viana, cidade da poucos quilómetros. Magnificamente instalados. A casa era do aguedenses Manuel Cruz - que por lá tinha uma fábrica de ferragens (assim como o pai do Neto). Também dispunhamos de transporte, um automóvel da FRAL Angola (a empresa do pai do Neto), e, por isso, a nossa mobilidade era segura, a toda a hora.
Tínhamos de cumprir as nossas tarefas militares, é verdade..., mas o resto do tempo era para a boa-vai-ela, por Luanda adentro, dia e noite... - não se nos pegando quaisquer medos pelo sangue que todos os dias se vertia na cidade - onde se degladiavam ódios inter-movimentos e se matava gente a troco de meras raivas pessoais.
A capital, depois de várias semanas de combates com a FNLA, era controlada por forças do MPLA, já desde 15 de Julho. A 22, fôra decretado um novo cessar fogo que, creio bem, era pouco respeitado. Por essa altura, intensificava-se a ponte aérea que, a partir de Angola e de outras ex-colónias, fez afluir a Portugal milhares e milhares de retornados. Muito mais intensa seria depois da nossa viagem para Luanda, a 8 de Setembro de 1975.
Angola, de norte a sul, era ferro e fogo. Em verdadeira guerra civil!
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