domingo, 14 de agosto de 2011

Picadas, estradas e segurança dos centros urbanos


Agosto de 1974 foi tempo, na área do Quitexe, para «arranjos da rede estradal», a cargo da JAEA, com protecção de escoltas da tropa portuguesa. O itinerário para Zalala - a infernal picada desta fazenda, onde se quartelava a 1ª. CCAV. 8423 - foi concluído a 23. Era uma tarefa sumultâneamente folgada e perigosa.
Folgada, porque, na prática, era um dia de descanso para a tropa. Perigosa, porque a vigilância obrigava a cuidados permanentes, não fosse o IN espreitar e disparar, a... matar. Nunca nada de especial aconteceu, felizmente.
A 14 de Agosto,  e porque «foi noticiada a intenção de recrudesciento de actividade» do IN (leio no Livro da Unidade), «fizeram-se remodelações temporárias, com vista a garantir a eficiência das actuais missões prioritárias das NT» - que vinham a ser «a segurança dos centros urbanos e a liberdade dos itinerários».
A 26, começou-se o arranjo da picada para o Liberato e, por este tempo, iam continuando os arranjos do troço asfaltado de Vista Alegre a Ponte do Dange, na chamada estrada do café - que ligava Carmona a Luanda.
Um ano depois (1975), em Luanda, somavam-se as véspera do regresso a Portugal.
Os Cavaleiros do Norte aquartelavam-se nas anteriores instalações do Batalhão de Intendência de Angola, no Campo Militar do Grafanil, e iam fazendo pela vida. Que não se punha fácil! O BCAV. 8423 era uma espécie de «anjo mau» das Forças Armadas Portuguesas - já o último com educação militar pré-25 de Abril e obrigado (sem quaisquer constrangimentos) aos deveres da disciplina e da honra militares. Que, nalguns momentos, tão úteis nos foram.
- JAEA. Junta Autónoma de Estradas de Angola.
- IN- Inimigo.
- NT- Nossas Tropas.


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