Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães. Foi sonhada em Angola, no corpo do BCAV. 8423 (em cima). Homenagem associativa a António Manuel Garcia (em baixo)
Caro Garcia: Aqui te falei ontem, mas não disse tudo da tua terra de Pombal de Ansiães. Por exemplo, que uma semana antes lá estivera a tua Olga, que me achei «órfão» por lá e lá me lembrei de procurar a tua gente. Lembrei-me de Noémia, tua prima - a quem me levou o sr. Ventura, fazendo nisso muita questão.No adro da igreja, onde certamente tu semeaste muitos sonhos, conterrâneos teus já me tinham falado de ti, do Toninho!!!. Que a associação se deve a ti! Ai não fosses tu!!!
Noémia não estava em casa, mas afinal... estava e apareceu depois no centro social, quando eu já me privilegiava a falar com tua mãe. Olha, foi bonito, foi emotivo, li os olhos de tua mãe a sorrirem-se, nostálgicos, serenos...
E eu nervoso - olha eu, nervoso!!, «como foi possível?!», perguntar-me-ias tu. Mas, de repente, tinha ali, como que sentadas no meu colo, gente íntima do teu eu. Parecia que estavas de lado, a olhar-nos de sorriso rasgado e feliz!, prolongando-nos estes momentos deliciosos.
A prima Noémia fez questão que fossemos a casa da irmã, também tua prima e afilhada, a Paula Zuzarte (agora tem este apelido...) - que eu já«conhecia» destas coisas da net, que não existia no nosso tempo terreno comum.
Veneram-te!
Paula lembrou-me a tua «responsabilidade de padrinho» - eras padrinho dela!... - e de ti disse teres sido «um pilar de vida», que sempre lhe transmitiu «segurança, carinho e todo um conjunto de valores/princípios». Falou-nos da tua «autenticidade, originalidade e coragem» e de «todo um conjunto de características fantásticas, que temos alguma dificuldade em achar por aí».
O que te posso dizer - e disso fica seguro, ó Garcia!!!..., seguríssimo!!! - é que deixaste por cá saudades infinitas e admiração para sempre.
Fiquei contente, com isso. E feliz!
Lembrei-lhes, porque era o dia dos 36 anos, a nossa seriíssima altercação de 31 de Julho de 1975, no BC12, quando a tua bravura e generosidade se bateram a pé juntos com a, quiçá, maior racionalidade do Neto e minha, que não queríamos envolver o PELREC, que tu «oferecias» para a última coluna para Luanda. Falámos e sabíamos que nos escutavas. E eu senti-me em casa, com a tua boa gente.
Até um destes dias, meu caro Garcia.
C. Viegas
- NETO. José Francisco Rodrigues Neto, furriel miliciano de operações especiais (Ranger´s). Empresário, natural e residente em Águeda.
Sem comentários:
Enviar um comentário