O BC12, visto de Carmona. A amarelo, o bloco residencial onde os furriéis milicianos viveram os últimos dias de Carmona
A 5 de Março de 1975, o comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, tenente-coronel Almeida e Brito, fez uma visita de cortesia ao Governador do Distrito do Uíge, ao Bispo da Diocese e aos Juízes do Tribunal. Ver AQUI.
A guarnição adaptava-se ao novo mundo que lhe proporcionava a cidade e não surpreenderam os pequenos e repetidos incidentes com a comunidade civil europeia. Para eles estávamos avisados e não seria por não termos forma de os contornar que não os procuraríamos evitar. E evitávamos.
O Batalhão de Caçadores 12 (BC12) era a nova casa dos Cavaleiros do Norte, na estrada para o Songo e logo a saída de cidade, para aí uns 2 quilómetros, não mais. As instalações eram modernas, pouco (ou nada) tendo a ver com a modéstia da serventia militar do Quitexe - onde continuou a 3ª. CCAV., a do capitão José Paulo Fernandes.
A guarnição, para além dos serviços normais, procurava a noite urbana, nas boas esplanadas, bares e restaurantes da cidade, idas ao cinema (ao Moreno e ao Ginásio), às piscinas e uns desenfianços ao Negage, ao Songo, a Salazar e a Sanza Pombo (uns ou outros) e, mais distantemente, a Luanda.
O aeroporto passou a ser vulgar romaria da rapaziada, para ver o tráfego aéreo (nem tanto!!!) e, principalmente, para saborear as ementas do restaurante e abrir os olhos aos «desfiles» das raparigas da cidade - que lá faziam ponto de encontro, meramente social ou para receber familiares e/ou amigos em viagem. Ir ao aeroporto, era coisa chique e fixe!
O Garcia chamou a rapaziada do PELREC e «avisou-nos» dos perigos que a cidade poderia «oferecer» a rapazes como nós (e ele). Nada de abusos, nada de responder a bocas dos civis, muito menos exageros alcoólicos. Exageros e infracções, houve algumas!!! Havia sempre a tentação de sair do quartel, mesmo sem «passaporte»! Dois 1ºs. cabos apanharam «porradas»: 3 dias de prisão disciplinar, para um, e 5 dias de detenção, para outro. Nada que alterasse a sua formação humana. Hoje, 37 anos depois, são homens realizados e nem se devem lembrar disso. Assim se afirmavam os Cavaleiros do Norte!
3 comentários:
No meu tempo, em Zalala de abril de 1972 a Abril de 1973, passar uns dias em Quitexe já era bem bom. Isto para mim que não tinha dinheiro para mais o que acontecia com a maioria da malta. E depois de Zalala ainda veio pior e bem pior, como se a malta aida não tivesse sido castigada o suficiente.
Muito bom o blogue, só é pena não apanhar o meu tempo.
Um abraço para todos.
Jorge (transmissões)
Jorge (transmissões) um forte abraço. porque foste um residente de Zalala.Por certo que sofreste tudo aquilo de quem por lá passou. Até a falta de dinheiro para beber uma cuca no Quitexe ou em Carmona.Eu só cheguei lá em 1974, e por lá estive só seis meses, mas foram suficientes para gravar eternamente as amarguras desse lugar.Por certo usufrui dos bancos feitos da madeira dos pipo do vinho, das telhas que mudaram, do arranjo permanente da picada,agora o teu comentário, faz-me precisamente apanhar o teu tempo neste blogue e por isso Camarada, publica fotos ou comentários do teu tempo em Zalala, porque eu também tenho muita curiosidade e amizade por todos aqueles que ocuparam Zalala antes de mim e por lá sofreram as amarguras da guerra. nunca te esqueças: ZALALA A MAIS RUDE ESCOLA DE GUERRA. Abraço Jorge
Jorge (transmissões) um forte abraço. porque foste um residente de Zalala.Por certo que sofreste tudo aquilo de quem por lá passou. Até a falta de dinheiro para beber uma cuca no Quitexe ou em Carmona.Eu só cheguei lá em 1974, e por lá estive só seis meses, mas foram suficientes para gravar eternamente as amarguras desse lugar.Por certo usufrui dos bancos feitos da madeira dos pipo do vinho, das telhas que mudaram, do arranjo permanente da picada,agora o teu comentário, faz-me precisamente apanhar o teu tempo neste blogue e por isso Camarada, publica fotos ou comentários do teu tempo em Zalala, porque eu também tenho muita curiosidade e amizade por todos aqueles que ocuparam Zalala antes de mim e por lá sofreram as amarguras da guerra. nunca te esqueças: ZALALA A MAIS RUDE ESCOLA DE GUERRA. Abraço Jorge
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