segunda-feira, 26 de março de 2012

1 235 - Armas portuguesas para os movimentos - 2 (FIM)

Militares da 2ª. CCAV. 8423, reconhecendo-se os furriéis miicianos Martins (a vermelho) e Mourato (amarelo). Alguém pode ajudar a identificar os restantes?

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JOÃO MACHADO
texto

Continuado, de ontem
(...) Aqueles soldados não mereciam chegar a Luanda sem armas, mascarados de soldados. Tinham sido eles que «refilavam mas cumpriam», que «estavam cansados mas iam», que «estavam a dormir mas acordavam» e rram ainda, não nos podemos nunca esquecer, aqueles soldados que, firmes no seu posto, na revolução do 25 de Abril, aceitaram embarcar para Angola, numa comissão de serviço militar, cerca de dois meses depois daquela data, devidamente enquadrados, instruídos e disciplinados, sem nunca ter ouvido da boca deles o slogan que em todo o lado se ouvia “Nem mais um soldado para as Colonias”.
Mais existirá para contar, por nós e por outros que também sentiram na pele a Guerra de África, não só quando começou mas também como decorreu e também como acabou, Aqui, fomos todos nós - Cavaleiros do Norte - testemunhas, porque estivemos lá quase até à data da independência.
- Mas... valeu a pena o esforço?
Talvez!
Tudo o que custa a conquistar tem mais valor, a amizade, a união o companheirismo, podem ser o resultado desse esforço em conjunto. Não é por acaso que, depois de tanto tempo decorrido, ainda trocamos palavras e abraços quando nos encontramos e é com alegria e alguma emoção que recordamos muitos daqueles esforçados tempos vividos.
- Valeu a pena o sacrifício?
Tenho a certeza de que tudo o que vivemos e passámos influenciou, talvez até sem darmos por isso, a nossa conduta e maneira de ser perante a vida. O sacrifício ajuda muito a conhecermo-nos a nós próprios, do que somos capaz e até onde podemos ir.
Estou-me a lembrar que aprendi na instrução militar em Penude (no CIOE de Lamego) que quando dizíamos “eu não posso mais” ainda fazíamos pelo menos outro tanto, ou mais, com muito sacrifício, é certo, mas cada vez mais admirados com as capacidades que íamos descobrindo em nós próprios e que não conhecíamos.
- Valeram a pena as dificuldades passadas?
Aqui, tenho muitas dúvidas, que têm vindo a aumentar ao longo dos anos, principalmente quando penso na nossa passagem por Angola. Olhem para trás e tentem recordar-se do que era Luanda quando chegamos, de como ficou quando partimos e do que será hoje (no meu caso, só pelo que me contam). É aqui que só tenho uma resposta para me conformar relativamente a todas às dificuldades passadas: “Felizmente tudo correu bem…”.
Resta saber se por acaso, porque o merecemos ou porque as soluções encontradas foram efectivamente as melhores. Mas regozijo-me, porque o nosso objectivo principal foi alcançado: Fomos todos e viemos todos.
Um grande abraço para todos
JOÃO MACHADO
- MACHADO. João Francisco Pereira Machado, alferes miliciano de Operações Especiais (Ranger´s), da 2ª. CCAV. 8423. Aposentado a administração fiscal e residente em Lisboa.
- CIOE. Centro de Instrução de Operações especiais, aquartelado em Penude (Lamego).

2 comentários:

rodrigues -zalala disse...

Valeu o sacrifício?
Tudo o que custa a conquistar tem mais valor, a amizade, a união o companheirismo, este é de certeza o resultado do esforço no conjunto. Não é por acaso que depois de tanto tempo recorrido,encontramos algum Camarada e lá passamos horas,depois de um forte Abraço, a recordar com alegria e emoção todo o esforço desse tempo.
CAMARADA, se não valeu por mais nada, por isto vale tudo.Este é o teu comentário o meu e o de todos os demais Camaradas, porque todos sentimos o mesmo.

Freire "O Cantineiro" disse...

Boa tarde camaradas. Eu consigo identificar algumas pessoas nas fotos, inclusivé sou um deles. Sou o que está de pé em segundo lugar da esquerda para a direita. Consigo identificar o "Bragança" que está em terceiro a contar da esquerda para a direita (do meu lado direito). O que está na fila de baixo a contar da esquerda para a direita em terceiro lugar é o Nunes "Condutor". De momento é o que consigo identificar. Aproveito para saudar os camaradas da 2ª Companhia do Batalhão 8423.