Militares do PELREC do BCAv. 8423: Viegas, Francisco, Pinto, Caixarias
e Garcia (em cima), Leal, Moreira (?), Hipólito, Aurélio, Madaleno e Neto
A 13 de Março de 1974, por volta do meio dia, o aspirante a oficial miliciano Garcia alertou-nos para a especificidade especial da semana de instrução que decorria desde 2ª-feira e era a última, antes do chamado período de férias de 10 dias - as Licenças de Normas, que antecipavam a partida para o ultramar.
«O pelotão tem de mostrar o que vale...», disse o Garcia, solene, imperativo, de rosto juvenil e quase imberbe (como os nossos), não querendo ficar mal na fotografia cujo flash se aproximava. E o que era, o que não era? Pois era a inspecção de instrução operacional, que estava marcada para o dia 15, uma sexta-feira.
O pelotão do aspirante Garcia, o futuro PELREC, era solidamente disciplinado, garboso, sem uma falha na marcha, ou na progressão, no assalto, ou no patrulhamento pela Mata do Soares que se fazia passar pela selva angolana. Sentia-se preparado, capaz, competente, fisicamente apto e mentalmente forte.
Horas de muita conversa - a psic.... -, nos dias de Santa Margarida, ditavam essa certeza. Eram rapazes simples, disciplinados, de boa educação, bons ouvintes do verbo com que lhes enchíamos a alma jovem, que se preparava para a guerra. O Garcia, que se levedava de entusiasmo na messe de oficiais, fazendo elogios repetidos do seu pelotão - que era «o melhor, o melhor de todos!!!!...» -, dele fazendo lendas e glórias, viria a ficar bem no retrato de 15 de Março de 1974 quando, galgando um monte da Mata do Soares, em silêncio, sem um recuo, como gamos, agéis, ligeiros e valentes, os PELREC´s fizeram um golpe de mão ao grupo fiscalizador, liderado pelo coronel Lobato Faria.
Aqui estivesses tu, ó Garcia, e iria abaixo uma imperial! Ou duas!!! Ou três!!!
Os nossos companheiros, recorda-te lá, tinham orgulho por serem do (teu) PELREC! Marchavam de joelhos bnem no alto e de botas bem batidas no chão. Tinham orgulho e garbo. Batiam a palada «à Lamego, à ranger» - assim lhes insistíamos nós, glorificando-lhe a alma e a vaidade. Ser do PELREC do 8423 era ser soldado maior.
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