O BC12, na estrada para o Songo. A pintura já não é a de 1975
A 2 de Março de 1975, eis-nos então em Carmona, no BC12 e com os furriéis milicianos no bairro Montanha Pinto, naquela que até aí tinha sido uma das messes de oficiais. Magnificamente instalados, diga-se de verdade!
A cidade já não era novidade para nós! Por lá já cirandáramos várias vezes, em busca do folguedo e dos vícios e prazeres da carne. Em idas ao cinema e passagens mais ou menos furtivas e cúmplices pelo Diamante Negro, ou pela pensão que servia de «estação de serviço» (perto do Banco de Portugal e da PSP, se a memória me não falha). Ou à esplanada do Eugénio, ao Chave d´Ouro e outros pontos de matar a fome e folgar a alma. Não esqueço o Escape, o meu restaurante preferido, e a papelaria ali perto, onde íamos pousar os olhos nas revistas, nos discos e na empregada de olhos grandes de ali servia com delicadeza e competência que nos «esmagava» e abria apetites.
A Rua do Comércio e as largas esplanadas da cidade eram ponto de encontro da tropa, que por ali matava tempo e sedes, e fomes!!!, confraternizando nas folgas que os serviços nos dispensavam - em fugas do Quitexe, desenfiados, à boleia de civis ou no carro do Correio da tropa.
Agora, ali estávamos, em mais uma etapa da comissão que nos fizera ir de nossas e famílias, para a guerra que o país travava a tantos milhares de quilómetros e num clima que nos aquecia o corpo e amolecia o espírito. Até nos era hostil. Mas ali estávamos, para o que desse e viesse. Para guerra que queríamos finda, enquanto se fazia o país novo!
2 comentários:
Bonito Viegas, era isso mesmo, fizeste-me sentir como se agora lá estivesse a chegar.
Não pares o blogue, eu vou manar-te fotografias.
JP
Bonito Viegas:
Era isso mesmo, fizeste-me sentir como se agora lá estivesse a chegar.
Não pares o blogue, eu vou mandar-te fotografias.
JP
Enviar um comentário