Estrada à entrada do Quitexe, via Luanda,
de quem vai de Aldeia Viçosa
A viagem de Luanda para o Quitexe foi de ansiedade e medos. E curiosidade. As berliets galgaram quilómetros atrás de quilómetros, cheias de jovens na descoberta de ares e cheiros novos. O capim!!! Todos ouvíramos falar do capim e das lendas que dele se contavam como cenários de guerra. E os macacos!!! As bananeiras! Percebi nesse dia a razão de por cá se dizer «andar a dormir à sombra da baneira». As folhas são enormes!
O tenente Mora (José Eloi Borges da Cunha Mora), hirto e tenso - que se viria a revelar singular comandante de tropas e nós, ao dia, mal conhecíamos - lá nos ia apontando terras de passagem, até que chegámos à que seria a nossa zona de intervenção, a ponte do Rio Dange. Mal imaginava eu o que, em Setembro seguinte, por ali viria a passar.
Depois Vista Alegre, Aldeia Viçosa e... Quitexe.
Surpreendentemente, era uma vila atraente, ponto de passagem da estrada de Luanda para Carmona. Tinha lido assustadora literatura sobre o Quitexe, antecipando o meu palco dos meses seguintes da minha vida. E o que lera era trágico, com descrições de tragédias, violências e ódios terríveis. Assente a bagagem, fui ver a capela: lá estavam as placas com os nomes de vítimas de 61.
3 comentários:
A estrada é igual a milhares delas, mas está lá aquela placa, o Quitexe, como não ficar emocionado? Bela ideia a sua, Furriel Viegas. Não era você que fazia aquelas cassetes para mandar para as casernas?
Marques
viegas,foi com satisfaçao que encontrei o teu comentario sobre o nosso "quitexas" parabens voltarei mais veses ja que nunca mais nos encontra-mos para os almoços.
ex-cabo Radiomontador Tomas, rodolfo abraço ate breve com mais comentarios.
Caro Tomás:
Tem sido interessante andar por aqui a falar do nosso tempo do Quitexe.
Manda-me fotos e histórias.
E os teus contactos.
Viegas
c.viegas@mail.telepac.pt
917665857
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