Militares da 1ª. Companhia, no destacamento do Campo Militar de Santa Margarida. Era o dia 25 de Abril de 1974. Da esquerda para a direita e à frente, o radiotelegrafista (?), alferes Santos, furriéis Queirós e Rodrigues, com elementos do 1º. Pelotão
A 31 de Janeiro de 1974, o Batalhão de Cavalaria 8423 - que se formava no Destacamento do Regimento de Cavalaria 4, em Santa Margarida - foi alvo de uma visita inspectiva do Coronel Paixão, de Infantaria e do quadro da IGEFE. Era a segunda, no espaço de uma semana.
A escola de recrutas funcionava desde 8 e 9 do mesmo mês, essencialmente virada para a formação de atiradores de cavalaria. Jovens militares oriundos de um pouco de todo o país especializavam-se no tiro de G3, na preparação de patrulhamento, operações e emboscadas, cavavam trincheiras, montavam acampamentos, faziam ordem unida e apuravam o físico na GAM.
Muitos deles, quiçá a maior parte, jamais fizera ginástica e poderíamos aqui anotar algumas peripécias meio recambolescas, corporizadas nas suas reacções ao esforço físico. Eram jovens que chegavam do campo, de instrução primária como base, alguns deles até sem concluir o ensino primário. Gente modesta e tímida, porventura envergonhada e que reagia humildemente a todo o tipo de instruções - a que obedeciam cegamente, sem discutir, sem questionar, sempre disciplinados e sempre tendo como segura a bondade dos instrutores.
Instrutores que, afinal, não passavam de rapazes da idade deles, que também tinham atravessado a infância a adolescência com o estigma da guerra colonial pela frente.
Assim era, há 38 anos, a forma como se encorpava o BCAV. 8423, que já tinha destino marcado: Angola! A Angola que nos viria a apaixonar e onde fomos actores vivos de um momento histórico. O da independência!
- IGEFE. Inspecção Geral de Educação Física do Exército.
- GAM. Ginástica de Aplicação Militar.