Agostinho Neto, Costa Gomes, Holden Roberto e Jonas Savimbi na Cimeira do Alvor, em Janeiro de 1975
As negociações terão sido muito complexas e delicadas devido, principalmente, às desconfianças entre as partes angolanas, já que da portuguesa a ordem seria mais para despachar a coisa e... depressa.
Os movimentos tinham, antes de Mombaça, chegado a acordos bilaterais - a FNLA com a UNITA, em Kinsahasa; o MPLA com a UNITA, no Luso; e FNLA e MPLA, já em Mombaça -, imediatamente antes da Cimeira tripartida desta cidade queniana, de 3 a 5 de Janeiro. Por este tempo, a UNITA de Jonas Savimbi foi reconhecida pela OUA como movimento de libertação.
A guarnição do Quitexe - e as de Aldeia Viçosa e Vista Alegre - estavam, obviamente, à margem de todas estas diligências políticas (nem delas entendíamos alguma coisa), mas eram conhecidos, isso sim, os graves combates que se travavam em plena cidade de Luanda, nomeadamente entre a FNLA e o MPLA.
Equivale isto por dizer que a pacificação que se mostrava ao mundo estava longe de ser real. Os confrontos repetiam-se na capital e pelos ares uíjanos também aqui e ali surgiam algumas escaramuças - já que principalmente a FNLA e o MPLA queriam afirmar-se no território, não raras vezes confrontando-se de forma armada, intervindo as tropas portuguesas para apaziguar os ânimos.
«Continuaram os movimentos emancipalistas as suas actividades de politização, verificando-se que a área do Quitexe é quase na íntegra da FNLA, enquanto nas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA, o que tem dado aso a situações da atrito, entre eles», historia o Livro da Unidade, referindo-se a Janeiro de 1975.
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