A inscrição «Zalala - a mais dura escola de guerra» estava neste muro do aquartelamento. Em baixo, o recorte do jornal
O Casal, da CCS do BCA. 3879, mandou a «tradução» do recorte do jornal (clicar na imagem, à esquerda) sobre «Zalala - a mais dura escola de guerra».
Diz ele, lá do seu Marrazes de Leiria, que «é para que não nos fiquemos pela vontade de ler». O texto jornalístico é de autor desconhecido e fala de Zalala e também Quitexe:
«De Carmona, abalámos para o Quitexe, um lugar que também já conhecíamos. Ao tempo contava com duas figuras centrais, que arrojadamente quiseram dar forma ao sopé da serra do Quitexe. Mal assomámos a esta vitória, onde as nossas tropas montaram quartel e fazem dela posto de honra da Integridade Nacional, os nomes de José Bastos e de Romão acodem-nos à memória e até parece que os estamos a ver montados em tractores a desbravarem a terra e fazerem os primeiros arruamentos, plantando árvores que ainda hoje existem para testemunhar.
Nessa sublime jornada de esperança a que se entregaram muitos dos que por lá mourejam, o Romão morreu sob a máquina possante que traiçoeiramente o esmagou de encontro à terra, pagando, assim, com a vida o seu incontido interesse de penetração na selva, para que depois se instalassem nela a escola e a oficina que iriam servir as populações e fazer delas elementos válidos das sociedades comuns.
Parece que o destino reservou, na realidade, uma função especial no Quitexe, rodeada como esta de matagais, autêntico oásis de toda aquela seda exuberante de floresta virgem, com a bandeira nacional a desfraldar garbosa no mastro alto, o Quitexe.
O Quitexe tem a função especial de ser posto de honra a integridade Nacional. Pouco tempo em Quitexe. Quinze horas e quarenta minutos. Uma refeição frugal, atenciosamente servida peloJosé Morais, um dos que não arreda do Quitexe, as diligências cumpridas e o retorno, agora mais lento, que nos possibilitou a leitura da seguinte inscrição: «ZALALA».
Zalala é a mais rude escola de guerra de Portugal em todos os tempos, superior a Marrocos, onde Afonso V instituiu a Torre e Espada, símbolo de sacrifício e heroicidade.
Na Zalala, os primeiros heróis a pagar com o sangue a terra pátria foram as crianças inocentes, as mulheres indefesas e a argamassa desse sangue e dessas vidas fizeram da terra a mais rude escola de guerra, em que a luta quando enobrece faz dos soldados mártires e heróis, pela bravura ímpar com defendem a terra de Portugal».
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