BATALHÃO DE CAVALARIA 8423. Os Cavaleiros do Norte!!! Um espaço para informalmente falar de pessoas e estórias de um tempo em que se fez história. Aqui contando, de forma avulsa, algumas histórias de grupo de militares que foi a Angola fazer Abril e semear solidariedade e companheirismo! A partir do Quitexe, por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo! E outras terras do Uíge angolano, pátria de que todos ficámos apaixonados!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A messe dos furriéis «revoltosos» da CCS dos Cavaleiros do Quitexe
A comunidade militar do Quitexe estava dividida por vários edifícios civis, para além do núcleo principal, digamos - onde se localizavam as casernas e a cozinha/refeitório, as oficinas, o parque-auto, as transmissões, a secretaria e o comando.
A foto mostra, repimpados da Silva, os furriéis Morais e o Lopes, de frente para o enfermaria, provavelmente a um qualquer domingo e a matar o tempo, que nunca mas passava até ao nosso regresso. Atrás, na avenida da vila, fica a messe e o bar de sargentos - que era o nosso poiso diário, onde matávamos a fome e degustávamos bebidas que nos amoleciam as saudades da terra e da nossa gente.
Foi palco de muitas histórias, muitas delas apimentadas pelo rubor dos nossos desejos e a falibilidade dos nossos sonhos. Quantas discussões por aqui se tiveram, sobre tudo: a tropa, a guerra, as saudades, o tempo que não andava para a frente, as épicas missões dos militares operacionais (e quantos exageros!...), as mulheres que alguns de nós por cá deixaram a moerem-se d´amores, as mulheres de lá... - que olhávamo de longe, disfarçando desejos!
Um dia, nesta messe que nos matou fomes e foi palco de muitos exageros gastronómicos e alcoólicos, a maioria dos furriéis tomou uma decisão radical: - não comer à mesa com os sargentos e companheiros «feitos» com eles. Soube-se nesse dia como nem sempre a solidariedade é vã. Como, afirmadamente, todos podemos optar e confrontar. Discutir razões e assumir atitudes. Qe o diga o Machado, líder da revolta - que não foi rebelião, mas impôs razões. Não foi, ó grande «beduíno!»... Também assim se levedou o espírito que fez do BCAV. 8423 um exemplo pelo que foi e fez em terras do Uíge!
- MORAIS. Norberto António Ribeirinho Carita de Morais, furriel miliciano mecânico-auto. Natural de Niza, engenheiro e quadro superior da Estação Macional de Plantas, em Elvas, onde reside.
- LOPES. António Maria Verdelho da Silva Lopes, furriel miliciano enfermeiro, natural e residente em Vendas Novas - onde é tesoureiro de Finanças.
- MACHADO. Manuel Afonso Machado, furriel mecânico de armamento. Natural de Covelo do Gerez (Montalegre) e residente em Braga, onde é quadro superior de EDP. Popularizou o epíteto Beduíno, que invariavelmente chamava a quem se portasse menos bem de normas. Chamar Beduíno a alguém, a alguma altura, passou a ser termo carinhoso - como no Encontro de Águeda vincadamente se confirmou.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
O tal caso do Viegas como buraquinho n/ foi aqui na messe de sargentos, tenho essa ideia, alguém pode explicar...
Ex mais dois nomes, que vale a pena fazer referência, o Morais e o Lopes. O Morais muito calmo sereno como que a dizer, não me chateem; (tá-se bem). E tinha razão. O Lopes, dentro do mesmo estilo, tinha outra maneira de ver o dia a dia: por ex. quando eu um belo dia, pensei, vou sair da enfermaría, sim, eu não estou aqui a fazer nada.
Azar; apareceu o enfermeiro Lopes (onde que vais? eu vou-me embora, já estou aqui à mais de 20 dias e não estou aqui a fazer nada!) Uns dias antes eu tinha dito que sentia umas tonturas etc. Logo a seguir quase me obrigou a deitar pois tinha verificado que eu tinha a tensão arterial descontrolada (lembro que me deu "Efortil" injectável, lembras-te Lopes. Nunca é tarde para agradecer, um abraço para o Lopes
Ai puseste-te na baixa e depois querias mama, o Tomás; fez muito ben o furriel Lopes em te tirar a te(n)são, para não seres choco esperto.
Silva
Dois tipos porreiros, estes dois furrieis, sempre calmos, sem dar nas vistas, sem ondas...
Gajos bons, como as especialidades deles não eram operacionais conheci-os à distância mas vi-a muitas vezes o Lopes na oficina-auto, sempre muito calmo e a fumar o seu cigarrinho...
Enviar um comentário